Viajar com crianças é padecer no paraíso

Depois de ver tanta gente espantada com o fato de eu sair por aí com meus afilhados, resolvi escrever sobre a experiência de viajar com crianças. Quero, futuramente, falar sobre informações práticas, questões legais de documentação, melhores destinos e dicas de quem faz isso sempre, o que não é o meu caso. Mas, hoje, o que escrevo talvez possa ser chamado de desabafo.

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Não sou mãe e vivo ouvindo das pessoas que devo aproveitar a vida agora, porque depois que se tem filhos, não dá mais. Acho engraçado/triste. Até porque o conceito de aproveitar a vida é amplo e deve ser frustrante pensar que isso acaba depois dos filhos.

Sei que na prática tudo deve ser diferente, mas deduzir que minha vida não vai mais ser tão legal, sorry. Até porque tudo tem suas especificidades positivas e negativas. Viajar com criança é diferente de viajar sozinha, da mesma forma que é diferente viajar com mãe, ou a dois, ou com amigos, ou, ainda, com uma criança que não é ‘sua’, mas sem colocar em escala do que é melhor ou pior.

Viajando com os afilhados

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Por hora, o que sei é que o que vivi com meus afilhados nas viagens que fizemos em 2014 (Florianópolis e Beto Carrero) e 2015 (Gramado). Carol já é grande (minha afilhada de Crisma, como gosto de frisar pra não acharem que sou velha rs), mas Thales é criança. Tinha 8 anos na primeira viagem e 9 (quase 10) na segunda.

Inteligente, esperto, divertido e, como todo menino dessa idade, inquieto. Quando decidi viajar com eles, fui tachada como louca. “Você não vai ter coragem de fazer isso”. “Você não está falando sério, né?”. “Não vai dar certo”. “Nossa, você vai se arrepender”. “Você não vai conseguir aproveitar nada”.

Pois eu estava falando sério, não estava louca, tive coragem, não me arrependi e aproveitei muito. Tanto que fui a primeira vez, fui a segunda e irei quantas vezes puder, com Thales, com Carol, com meu(s) filho(s) quando/se tiver, com todo mundo junto e vamos lá, contornando os problemas que sempre existem e vivendo.

Dá trabalho? Dá. Bastante, inclusive. Mas estudar dá trabalho, trabalhar dá trabalho, cuidar dos cabelos dá trabalho, se mudar pra outra cidade dá trabalho, manter a casa arrumada dá trabalho, contratar uma funcionária que faça isso por você dá trabalho… E tudo isso faz parte da vida, a gente não se priva das coisas pelo simples fato de que “dá trabalho”. E aí vou me privar logo da possibilidade de vivenciar e oferecer momentos inesquecíveis para as pessoas que eu amo?

Fora que, para mim, certamente mais do que para eles, é um grande e constante aprendizado, o que acho ótimo.

Tenho que ter mais cuidado com questões como a alimentação na hora certa, algum tipo de atividade para os momentos de ócio, pegar táxi para trajetos mais longos que eu talvez fizesse a pé, não ter tempo para simplesmente ficar de pernas pro ar lendo um livro. Tenho que ter paciência para conversar e explicar inúmeras coisas (no diálogo, olho no olho, nada de grito), passar um tempão insistindo para comer direito, tomar banho, fiscalizar o banho, depois fazer levantar da cama quentinha para escovar os dentes, fiscalizar a escovação, etc. Além do jogo de cintura pra dizer “não pode”, colocar no “cantinho da reflexão” e ser firme diante dos apelos com carinha de “gatinho do Shrek”, sem me culpar depois.

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Essa foto sintetisa o post =D

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E os bons momentos e as alegrias são MUITO maiores e melhores que qualquer estresse! A Carol mesmo diz que, sem o Thales, nossas viagens não teriam a mesma graça. Com ele, todos rimos de algumas bobagens, embarcamos em situações imaginárias, passamos tempo com alguns brinquedos, fazemos “o que é o que é” durante uma turbulência, conhecemos novos personagens da TV, sentimos a magia em coisas aparentemente banais, celebramos as descobertas do novo, vemos os olhos brilharem, sentimos emoção no melhor sentido da palavra e sabemos que tudo será inesquecível. Para todos nós. E eu fico tão, mas tão feliz! Porque é isso que, apesar de todos os tropeços, faz a vida valer a pena! <3

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