Vivência entre lavandas no belíssimo Lavandário de Cunha (SP)

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A região da Provence, na França, e seus campos de lavanda, é um daqueles lugares que sempre me deixou encantada… Um dia seria legal um roteiro para conhecer de perto. A boa notícia é que recentemente descobri que para isso não seria preciso cruzar o oceano nem desembolsar alguns euros, porque temos o Lavandário de Cunha, um lugar muito semelhante aqui no Brasil – menor, mas acho que tão lindo quanto.

A pequena cidade de Cunha fica no interior de São Paulo, quase na divisa com o Rio de Janeiro, mais ou menos no meio do caminho entre os dois estados. E lá fica O Lavandário, que acabou se transformando em um ponto turístico.

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O Lavandário em Cunha

Localizado no Vale do Paraíba, na estrada Cunha-Paraty, e bem no alto, entre muitas montanhas… então já dá pra imaginar a lindeza da vista que se tem de lá, né? Se não deu pra imaginar, eu mostro!

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São cinco hectares de lavandas e o plantio é feito em diferentes épocas, para que estejam floridas durante todo o ano. Eu fui em pleno inverno, julho, e já estava desse jeito, imagino em meses mais propícios, como setembro, outubro, deve estar mais bonito ainda.

Essa combinação das flores e do cenário ao fundo, o lilás com o verde, é um espetáculo, com direito a aroma de lavanda no ar! Mas há bem mais que só paisagens bonitas. Foi o que descobri participando da Vivência entre lavandas, que é comandada pela Fernanda Freire, proprietária do Lavandário.

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Como não há visitas guiadas, essa é uma forma mais rica de conhecer o local. Ver toda a produção artesanal, o cultivo orgânico das ervas, o manejo agrícola e a destilação a vapor que dá origem à qualidade dos produtos… A vivência acontece uma vez por mês, sempre em um sábado, para grupos de até 15 pessoas. E dá direito a certificado e também uma muda, que deixei na casa da minha irmã para ser plantada.Quem quiser pode ver as datas e se inscrever pelo site.

Antes de viajar, reserve sua hospedagem pelo Booking.

Vivência entre lavandas

Ela começa falando um pouco da história, depois explica sobre as plantas, espécies mais aclimatadas, diferenças de cada uma, influência do solo e da região no plantio, poda… Os participantes podem plantar uma muda, com orientação. O solo já está todo preparado para isso.

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Depois seguimos andando pelos campos – alguns são cercados com telas, outros são abertos, com pequenos caminhos entre eles, e sempre com o aviso de ter cuidado e olhar por onde anda para não pisar em nenhuma flor.

Enquanto isso, vamos ouvindo mais explicações, eventualmente parando para tirar fotos (não dá pra resistir), e depois cortamos algumas lavandas que são levadas para a destilação.

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Gente, sério, como que não fotografa um lugar assim?

O processo de destilação, que a gente também acompanha, é feito na caldeira elétrica ou a gás. A água é aquecida a 100 graus, sendo que as plantas precisam estar secas e têm contato apenas com o vapor.

É muito interessante ver o resultado acontecendo. Através de uma mangueira, vai saindo na seringa o óleo e o hidrolato (água que é reutilizada com o um inseticida natural).

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Óleo sendo destilado – dá para ver como ele não se mistura com a água

Aliás, vale dizer que tudo por lá é reaproveitado e tudo é totalmente orgânico! Mas, voltando à destilação, como o óleo é mais leve, ele flutua. E o cheirinho delicioso nessa hora domina o ambiente, encerrando a vivência.

Depois disso os visitantes ficam livres para circular, fotografar, e aproveitar a lojinha e a lanchonete. Há vários produtos como sabonetes, shampoos, aromatizadores de ambiente, chás, entre outros, todos feitos com os óleos extraídos das plantas. E, para comer, o bolo e o sorvete de lavanda. Sim, é isso mesmo!

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O bolo é bem gostoso! Segundo a menina da lanchonete me informou, é uma receita comum com um pouco da essência, que dá um saborzinho bem sutil – vale experimentar! O sorvete não cheguei a comprar, só provei. Acho que duas bolas pode ser enjoativo, mas isso vai do paladar de cada um.

Ah, dizem que o pôr do sol é lindo! A dica para quem vai somente visitar é ir à tardinha. O Lavandário funciona de sexta a domingo e também em feriados.

Como chegar ao Lavandário sem carro

Não ter carro e não dirigir nunca me fez falta, mas, confesso, nesse caso teria facilitado. Porque olha… foi uma saga!!

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Mesmo sendo trabalhoso chegar, valeu a pena!

A única forma de chegar a Cunha de ônibus é a partir de Guaratinguetá (SP). Como o “Vivência entre Lavandas” começa às 10h, teria de ir sexta à noite. Pensei em me hospedar em Cunha, mas o último ônibus para lá sai às 18h e, pelo meu horário, não dava. A solução seria dormir em Guaratinguetá na sexta e ir sábado de manhã para Cunha. Só que, por conta de um evento, todos os hotéis estavam lotados.

Veja aqui opções de pousadas em Cunha.

Como minha irmã mora em Pindamonhangaba, perto de Guaratinguetá, fui sexta para a casa dela e sábado peguei ônibus às 7h40 com previsão de chegada às 8h40 em Guaratinguetá, de onde eu pegaria às 9h para Cunha. Disse “pegaria”, porque não peguei. Atrasou, chegou 9h10 e o próximo era só às 11h! Breve momento de desespero! Aí me informaram que havia lotação, que sai da própria rodoviária – os horários não são fixos, são táxis que saem na medida em que completam quatro passageiros, com o mesmo valor do ônibus (R$ 15,00). Perfeito! Saí umas 9h20 e, como de carro é mais rápido, cheguei às 10h mesmo em Cunha. Lá basta pegar um táxi até O Lavandário, que é mais longe do que imaginei. Mas atenção para a facada o preço: R$ 50,00 (depois soube que ainda saiu barato).

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Para voltar, achei que seria tranquilo chamar táxi, mas não foi. A dica é pegar o telefone do que te levar (e torcer pra ele atender) ou até já combinar um horário para buscar (e, se possível, o preço). Outras duas meninas estavam lá também sem carro e decidimos voltar juntas. Nossos contatos não atendiam, mas conseguimos outro (tome nota: 12 3111-3373), que cobrou R$ 70,00. Como era dividido, não doeu tanto.

Perrengues (e dinheiros) à parte, foi um passeio que gostei demais, um lugar diferente de tudo que já conheci. Também passei brevemente pelo centrinho – só o tempo suficiente para tirar essa foto da igreja quando desci do táxi para sacar dinheiro no banco, que fica em frente. Mas, quem quiser pernoitar por lá ou passar o fim de semana, cidade tem também vários ateliês, especialmente de cerâmicas, além de restaurantes e, nos arredores, muitas cachoeiras.

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Igreja de Cunha enfeitada para a Festa do Divino

Serviço:
O Lavandário
Endereço: Estrada Cunha-Paraty SP 171 – km 54,7 Cunha, SP
Contato: (11) 98334-7172 / olavandario@lavandario.com.br

* Preços de julho/2017, sujeitos a alterações.

Para ler ouvindo:

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