Foz do São Francisco, onde o rio encontra o mar

Quando comecei a fazer minhas pesquisas para saber o que fazer durante as férias que passaria em Aracaju, inicialmente a Foz do Rio São Francisco não estava no roteiro. Foquei nos mais conhecidos, como Cânions do Xingó, e atrações da cidade.

Mas aí, conversando com o pessoal da agência Nozes Tour, eles me ofereceram esse passeio como cortesia. Só então fui ver melhor do que se tratava e logo me animei! Ver o encontro das águas, do rio com o mar…

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De Aracaju à Foz do São Francisco

Como o passeio é longo, tudo começa bem cedo. Na data marcada, logo pela manhã, por volta das 7h30, a van passa para pegar todos os passageiros em suas respectivas hospedagens. Eu acordei pouco antes das 7h, tomei o café ca manhã – na Pousada Panorâmica, onde eu estava hospedada, é servido a partir das 6h30, exatamente por saberem que a maioria dos passeios sai cedinho – e fiquei aguardando.

Quando a van passou, saímos então de Aracaju com destino a Brejo Grande, última cidade de Sergipe banhada pelo São Francisco. São cerca de 2h30 de estrada até lá, com uma parada em um posto no caminho, para ir ao banheiro e/ou fazer um lanche. Esse passeio é oferecido por diversas agências da cidade, os próprios hotéis/pousadas podem informar. E o roteiro é bem parecido, já que as embarcações saem sempre da mesma cidade.

Chegando a Brejo Grande, a base é o Restaurante Garopeba, de onde saem os catamarãs.

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A cidade é bem pequena e, logo ao chegar, já é possível ver a população ribeirinha lavando roupas e louças na beira do rio, além de nadarem e darem banho em animais (observem um cavalo na foto abaixo).

Conversei brevemente com duas das meninas que estavam por lá. Elas disseram que adoram morar na cidade, que gostam da vida simples e que têm água encanada em casa, mas que preferem usar a água do rio, além de ser muito bom para se divertirem.

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Mas voltando ao passeio… Ao chegar ao restaurante cada pessoa já paga seu almoço (R$ 35,00 em dinheiro ou cartão) e recebe uma pulseirinha. Acho que é uma forma deles saberem quantos clientes terão naquele dia e, assim, prepararem a comida, já que a clientela do restaurante é basicamente de turistas.

Em seguida, entramos no catamarã. Éramos cerca de 20 pessoas e foi bom porque estava super tranquilo, com mesas, cadeiras e espaço para circular, fotografar. Mas a capacidade máxima é de 60 pessoas e imagino que deve ficar bem cheio!!!

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Pelas águas do Velho Chico

É lindo demais ir navegando e vendo a grandeza do rio, que vai ficando cada vez mais e mais largo, com alguns novos braços se formando pelos lados, barquinhos menores passando, pescadores acenando, vento batendo no rosto… O trajeto leva mais ou menos uma hora, mas a sensação é de que passa mais rápido.

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Até que chegamos ao encontro com o mar. Nessa hora o forró que vinha sendo a trilha sonora dá lugar à canção “Oração de São Francisco”, na voz de Fagner. Me emocionei!!! Lágrimas no olhos, sério, é de arrepiar!!!

Encontro das águas

Além de ser visualmente lindo, é um lugar muito importante para o Brasil, não só geograficamente, mas culturalmente também. E, para mim, ainda tem toda a simbologia de o Velho Chico, como eu, ter nascido em Minas Gerais e, depois de um longo percurso, ter encontrado o mar. #empolguei

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Nesse ponto em que as águas se misturam, o exato local do encontro do Rio São Francisco com o mar, há dunas de areia, onde o catamarã atraca pra gente descer.

Lá funciona o chamado “Shopping do Pescador”, que são barracas de artesanato local vendidos por eles. Há também opções de lanche. E muitas imagens de São Francisco.

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Quem quiser pode nadar também. Eu só molhei os pés, porque fiquei com medinho tinha chovido bem na hora que estávamos descendo (logo o sol voltou), e a água estava fria. Mas a parte na beira da areia não é funda e acredito ser segura, tinham algumas pessoas, inclusive crianças.

Aproveitei para banhar o santo que comprei para minha mãe – não sei se é alguma superstição, não entendo muito disso, mas estava todo mundo fazendo, fiz também – mal não faz, né? rsrs

E o mais bonito é andar pelas dunas… subir nas partes mais altas, apreciar a vista, pensar na imensidão daquilo tudo! Se sentir fazendo parte daquilo tudo! Impossível descrever! Nem mesmo as melhores fotos conseguem mostrar!

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Foz ou Delta?

Uma curiosidade contada durante o trajeto pelo guia Wagner, que nos acompanhou, foi em relação ao nome do passeio, que na Nozes Tour se chama “Delta do São Francisco”. É que, no passado, acreditava-se que lá acontecida o encontro também com um outro rio, ou seja, vários canais ou braços do leito do rio desaguando juntos no mar, formando o chamado delta. Mas na verdade é só um mesmo.

Só de olhar já dá para ver as ondas, como é diferente. E o pequeno trecho que a embarcação cruza já dá para sentir o balanço do mar, contrastando com a tranquilidade do rio.

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Depois de 1h parado (tempo máximo permitido para as embarcações), voltamos para o restaurante, onde o almoço, self-service, já estava pronto. Comida simples e muito boa.  Eu comi arroz com peixe, pirão e batata frita. Mas também tem feijão, carne de sol, saladas variadas… e é possível repetir o quanto quiser. A bebida é paga à parte (R$ 5,00 a latinha de refrigerante).

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Terminado o almoço, hora de pegar a estrada novamente rumo a Aracaju, onde chegamos por volta das 18h. O sono me derrubou e nem vi o tempo passar.

Foi realmente um passeio surpreendente. Acho que, assim como eu, a maioria das pessoas não coloca o tour à Foz do São Francisco em seus roteiros, mas eu acho que é uma daquelas coisas que todo mundo deveria fazer pelo menos uma vez na vida. Voltei encantada – acho que deu pra sentir, né? 😛

O preço completo do passeio, incluindo transfer terrestre e catamarã, é de R$ 115,00 + almoço.

Para ler ouvindo:

https://www.youtube.com/watch?v=ceyKB8_Fn7k

* Agradeço à Nozes Tour pelo passeio, mas deixo claro que este texto reflete somente minha opinião pessoal, mantendo meu compromisso de transparência com o leitor.

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