Uma vez eu estava com meu afilhado, na época com 8 anos, no Aeroporto de Congonhas, quando anunciarem um vôo para o Aeroporto Santos Dumont e falou algo comigo por ser com destino ao Rio de Janeiro, cidade onde moro. Perguntei se ele sabia quem tinha sido Santos Dumont. Diante da resposta negativa, expliquei que foi o homem que inventou o avião. Espantado, ele me perguntou: “Mas madrinha, antes disso como você fazia para viajar?”.
É claro que ele não tinha (hoje, aos 10quase11 anos, acho que já tem) essa noção de tempo, de imaginar quando isso aconteceu, de saber quantos anos eu tenho, e, por isso, não conseguia fazer uma relação entre os fatos. Achei engraçado – amo essas tiradas de crianças – e até hoje gosto de contar essa história, sempre com muitas risadas!
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Me lembrei disso ao vistar a exposição “O Poeta Voador, Santos Dumont” no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, que conta um pouco sobre inventor e invenção, com muito conteúdo audiovisual, atividades interativas, protótipos das principais criações e duas réplicas de aviões em tamanho real – do lado de fora o 14bis, e lá dentro o Demoiselle, onde é possível simular um vôo. Eu adorei!!!
História do avião
Ainda muito jovem e num período de cerca de 10 anos – dos 25 aos 35 anos – Santos Dumont realizou as conquistas que o transformaram em um dos grandes personagens do século XX. Jovem empreendedor, foi um dos primeiros designers contemporâneos do país e um dos brasileiros mais célebres do mundo. Além disso, Santos Dumont já era adepto de conceitos ainda hoje atuais – disponibilizava seus projetos para que fossem replicados, ao invés de registrar patente, em uma espécie de creative commons antes de o termo ser criado.
Nos vídeos exibidos na exposição, o visitante fica sabendo que, desde pequeno, ele gostava dos livros de Julio Verne, com aventuras que se passavam no futuro e máquinas que podiam voar. Aos 18 anos, foi para Paris e trouxe na volta o primeiro automóvel a circular no Brasil! Incentivado pelo pai, votou a Paris para estudar e se juntou a um grupo de inventores, onde se destacou e passou a criar suas próprias invenções – e a voar nelas! Na época já existiam os balões, mas eles não eram dirigíveis e voavam apenas de acordo com o vento. Por isso os inventores continuavam querendo algo mais moderno.
O 14bis foi o primeiro avião oficialmente homologado da História, em 1906. Depois veio o Demoiselle 19, que tinha o tamanho de 5m x 8m e pesava 56kg. Embora muito frágil, já tinha os princípios técnicos modernos.
A versão seguinte, o Demoiselle 20, foi sua obra prima! Depois, com as guerras, os aviões passaram a ser aprimorados, pois eram muito usados como armas de combate, especialmente em bombardeios, o que deixou Santos Dumont extremamente chateado: ver sua invenção sendo usada para um fim tão ruim.
Mas foi a partir de suas invenções que milhares de aviões foram construídos e aperfeiçoados e a aviação decolou como meio de transporte.
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Como é a exposição sobre Santos Dumont
Logo na entrada da exposição há uma vitrine mostrando outras curiosidades sobre Santos Dumont, como alguns inventos. Em outra parte, painéis fotográficos nos quais o visitante pode se inserir entre as imagens. Estão lá o 14bis, o vôo em torno da Torre Eiffel e o primeiro balão criado pelo inventor.
Na primeira e maior sala o público conhece os sete principais inventos de Santos Dumont: Balão Brasil; dirigíveis números 3, 6 e 9; o avião 14bis; o Demoiselle modelo 19 e o Demoiselle 20. Réplicas de todos eles estão em uma vitrine, presos por cabos de aço e cercados por telas interativas onde é possível ver mais informações, curiosidades e imagens históricas de cada uma das máquinas voadoras.
Nesse mesmo espaço há telas com vídeos com o ator Cássio Scapin interpretando Santos Dumont e 60 miniaturas motorizadas do Demoiselle, que voam de um lado ao outro da sala. Na Sala de Vídeos, um documentário conta a história de Santos Dumont desde a infância em Minas Gerais, até se tornar aviador reconhecido.
Para as crianças, dois espaços são os mais interessantes: a Sala dos Balões, um ambiente lúdico com balões de gás hélio que podem ser manipulados pelos visitantes enquanto assistem a um vídeo que passeia pela história dos vôos; e a Oficina de Aviões, onde fazem aviõezinhos de papel seguindo instruções que ensinam a produzir diferentes modelos e, depois de prontos, sobem em uma plataforma de onde podem lançá-los sobre uma pista de pouso.
Há também painéis fotográficos nos quais o visitante pode se inserir – entre as imagens estão o 14bis, o vôo em torno da Torre Eiffel e o primeiro balão criado por ele – e uma simulação de voo em uma réplica do Demoiselle em tamanho real. Para participar, a cada hora são sorteados seis visitantes. A altura máxima é de 1,80m. Eu participei e achei bem divertido!!!
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Exposição “O Poeta Voador”
Concebida e realizada pela Fundação Roberto Marinho, com curadoria de Gringo Cardia e consultoria científica do biofísico e pesquisador Henrique Lins de Barros, a exposição fica até o dia 30 de outubro de 2016 no Museu do Amanhã (Praça Mauá 1, Centro, Tel.: (21) 3812-1800), de terça-feira a domingo, das 10h às 18h (com encerramento da bilheteria às 17h).
Ingressos (a exposição temporária está incluída no valor da entrada para o Museu): R$ 10,00 inteira; R$ 5,00 meia-entrada; gratuito às terças-feiras. Durante as Olimpíadas os ingressos serão vendidos somente pela internet no site oficial.
* O blog visitou a exposição a convite da assessoria de imprensa da Fundação Roberto Marinho.