Marrakesh, no Marrocos

“Amigos Viajam” – relato de Catarina Leonardo
sobre sua viagem a Marrakesh, no Marrocos

Um destino que tenho muita vontade de conhecer é Marrakesh, no Marrocos. Ainda mais depois de ler esse texto da Catarina Leonardo, do blog Viajar pela História.

Ela ela é portuguesa e já foi algumas vezes ao país, que fica no Norte da África, bem perto de Portugal. Aqui você vai encontrar as melhores dicas sobre seus passeios em Marrakesh e outras cidades. Confira!

PS: Tomei a liberdade de adequar alguns termos ao “português brasileiro”, já que existem algumas diferencinhas para o “português de Portugal”.

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Viagem a Marrakesh

“Marrakesh talvez seja a cidade que mais gosto, do mundo que conheço. Estive em Marrocos (e em Marrakesh) pela primeira vez em 2000 e, a partir daí, já voltei várias vezes. Espero ir muitas mais. Adoro conhecer lugares novos onde nunca estive, mas também de regressar aos que me deixaram apaixonada.

A ideia que tinha de Marrakesh era que esta deveria ser uma cidade encantadora e fascinante. O palco perfeito de uma história das 1001 noites… Quando lá estive a primeira vez percebi que era tudo o que eu tinha imaginado e muito mais. Está tão perto de Portugal e é um mundo totalmente à parte. Outra cultura, paisagem, língua e hábitos de vida.

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Marrocos

Na primeira visita ao Marrocos andei por lá quase um mês. Para explorar com tempo os principais locais penso que é o tempo adequado (claro que se puderem devem ficar mais tempo!). Eu aterrei em Casablanca e segui para o norte. Explorei Tânger, Tétouan e Chefchaouen, a lindissima cidade azul. Das três, esta última foi minha preferida. Percorre-la é uma experiência quase mística, pois parece que percorremos o azul do céu.

Depois segui (também de trem) para o sul e estive em Rabat, Meknés e Fez. Esta é a cidade imperial mais antiga do país e onde se encontra o famoso bairro de curtidores. Em seguida, fui ainda mais para sul, para a cidade rosa, Marrakesh. Esta cidade que deu nome ao país localiza-se na zona norte do Atlas, a maior cadeia montanhosa do continente africano.

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Marrakesh

Em Marrakesh (e na grande maioria das restantes cidades), a zona mais importante a visitar é a medina. É o centro histórico da cidade e a zona mais interessante. No caso desta cidade, a medina encontra-se delimitada por uma muralha com um perímetro de 19 km, aproximadamente 2 metros de largura e até 9 metros de altura. Tem uma cor avermelhada como o resto da cidade. Existem mais de uma dezena de portas na muralha, sendo uma das mais bonitas a Bab Agnou. O nome vem do berbere “carneiro negro sem chifres” e a fachada é impressionante.

No interior da medina encontra-se a mesquita Koutoubia e a Kasbah, os vários souks (mercados) e a mellah (bairro judaico). Os souks encontram-se organizados de acordo com o tipo de produtos que são vendidos. Existem os dos instrumentos e cordas, jarros, do bronze e cobre, metal, da cestaria e madeira, dos chinelos e cintos, da joalharia, dos artigos de pele, tapetes, da pele de cabra ou dos tintureiros.

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Contudo, o coração da medina e a sua parte mais fascinante é a Praça Jemaa el-Fna, considerada Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO no ano de 2008.

É um local onde se vê o povo e os seus ancestrais costumes. É predominante o constante ir e vir dos marroquinos, das carruagens, motos e dos carros de mão a qualquer hora. E vai ficando mais frenético ao longo do dia.

Depois da cidade acordar aparecem bancas de deliciosas tâmaras e de laranjas, encantadores de serpentes, treinadores de macacos, e mulheres que lêem o futuro ou que fazem tatuagens com hena. Surgem também os famosos aguadeiros, com os seus trajes característicos super fotogênicos. É imperdível provar uma tâmara e um suco de laranja natural.

À medida em que o sol vai se pondo, a praça Jemaa el-Fna vai mudando, intensificando-se o ritmo de tudo o que se passa por lá. Começam a chegar as bancas dos restaurantes e começa a ver-se a fumaça das cozinhas, de forma gradual, até que ao final da noite é apenas uma nuvem de fumaça única. O aroma das especiarias é sentido bem longe… Lá pode-se saborear uma bela tajine com um chá de menta.

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Além destas bancas, aparecem também marroquinos que contam histórias, que cantam, desenham, dançam ou que trazem jogos. Mesmo não entendendo a língua árabe, é muito interessante assistir a todos este espetáculos que vão surgindo e quem sabe até participar.

Um pouco por toda a medina e em especial nas ruas mais próximas da praça é possível encontrar vários locais muito interessantes para uma refeição. E há para todos os gostos. Desde locais mais elegantes em que parece que estamos numa cidade europeia qualquer, até outros de estilo mais marroquino. Mas o que aconselho é comer na praça, nas bancas que descrevi, onde é possível comer bem, barato e com os verdadeiros habitantes da cidade.

É imperdível também beber um típico chá de menta num dos cafés que têm vista direta para a Jemaa el-Fna. O espetáculo Jemaa el-Fna todos os dias é diferente. “Alberga uma rica e inatingível tradição oral”, como disse Juan Goytisolo. Pelo menos uma vez, vá fazer parte deste espetáculo único no mundo. É pura magia.

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Deserto

Da primeira vez que fui a Marrocos, saindo de Marrakesh andei também pelo deserto. Os mais de 500km que separam Marrakesh e a aldeia berbere de Merzouga é lindissimo e surpreende. Recomendo. Este percurso já não foi de trem, mas de carro (aluguei).

Ir ao deserto, às dunas Erg Chebbi, foi uma das melhores experiências que tive na minha vida. Toquei djambé com tuaregues, tive uma conversa muito interessante sobre religião com um deles sob um imenso céu estrelado. Subi muito alto a uma duna para estar um pouco mais perto das estrelas, assisti ao nascer-do-sol numa duna e e ouvi o silêncio. Nunca antes tinha ouvido verdadeiramente o silêncio. Foi memorável.

De todas as outras vezes que voltei a Marrocos estive menos tempo, tendo-me concentrado em áreas específicas. De cada uma das visitas, sempre estive em Marrakesh…”

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