Intercâmbio nos Estados Unidos: história do Fábio

“Eu passei um ano nos Estados Unidos, metade em uma capital (Minneapolis – foto 1) e outra metade em uma cidade do interior (Willmar – foto 1), ambas no estado de Minnesota, no centro norte do país, onde cursei meu segundo ano aqui, Junior Year lá. Frequentei a escola em tempo integral para aproveitar meu ano escolar.

Além da aula regular das 7h às 15h, também frequentava atividades extra-curriculares das 16h às 18h  e aulas de inglês para estrangeiros das 19h às 21h durante os quatro primeiros meses, pois meu inglês era muito ruim. Depois disso eu já acompanhava tranquilamente as aulas na escola.

Nessa época eu tinha 16 anos de idade e, antes disso só havia cruzado as fronteiras do Brasil em uma viagem para Foz do Iguaçu com minha família visitando as cidades Puerto Iguazu e Ciudad del Leste. Mas a decisão de ir foi algo natural para mim e minha família, uma vez que isso era almejado por meus pais, que já tinham o costume de receber intercâmbistas em casa. E era algo desejado por todo meu ciclo de amizades.

Só me dei conta do que estava fazendo quando entrei no avião e confesso que ao acordar pela primeira vez já sozinho em solo estrangeiro, olhei para o teto e falei: “Meu Deus, que lugar é esse, quem são essas pessoas, o que estou fazendo?”  Mas era minha realidade, estaria vivendo por um ano em um lugar totalmente diferente do que eu conhecia, sem minha família, me entregando a cuidados de famílias que eu não tinha noção de quem eram.

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Acabei vivendo com quatro famílias diferentes (host families), como já era planejado. O acaso foi a mudança de cidade, algo totalmente inesperado e atípico, mas que se tornou o grande presente desta viagem, pois assim tive a chance de conhecer a fundo não só o cotidiano de um americano, como também a diferença entre a cultura de uma cidade grande e uma do interior.

Minneapolis

 

A adaptação foi fácil, mas nunca me acostumei com a alimentação. Cheguei a perder tanto peso que tive de fazer tratamento com uma nutricionista (não suporto fast food todo dia). Quanto à cultura local, só tive problema com uma família por preceitos religiosos, pois eles queriam me converter. Tirando isso, fui super bem tratado e recebido, nunca senti preconceito, mas sim vítima de intermináveis clichês.

No final eu me sentia totalmente acolhido e adaptado. Apesar da vontade de voltar e rever os amigos e família, sentia um aperto em estar deixando todos aqueles amigos e a vida que construí, de um universo que me deu a primeira sensação de independência e competência social, por conseguir me inserir e entrosar em um ambiente totalmente estranho sem a proteção paterna e materna e em que as pessoas me respeitavam e me queriam por mim e não pela minha família.

Sou um apaixonado por estes programas de intercâmbio, pois eles são a forma mais autentica de se conhecer uma cultura, inserido em um novo ambiente como um local, convivendo com locais, comendo a comida deles, seguindo sua rotina… Nenhum outro tipo de viagem lhe proporciona esta experiência de forma tão íntima, pois você não é tratado como um turista, mas como um membro daquela comunidade.  E a adaptação ao retorno, pelo menos para mim, foi mais difícil do que quando fui.

Meus maiores ganhos foram toda a conquista pessoal em questão ao amadurecimento, ao respeitar o outro, se deixar ver o mundo com outra perspectiva. E graças ao inglês que aprendi lá acabei me tornando professor da língua e um apaixonado por viajar, por estar em solo estrangeiro. Depois disso estive no exterior várias vezes e várias vezes mais pretendo viajar, e até já participei de outro programa de intercâmbio, mas para a França.”

Fábio Rosemberg, professor de inglês, mineiro
Fotos: Arquivo Pessoal

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