Não tenho problemas com a natureza, eu gosto e acho tudo lindo. Mas ela, ou melhor, os moradores dela, não se dão comigo. Os mosquitos, especificamente. E como toda relação só funciona se for legal para as duas partes, acabei me afastando. Praia sim, eu adoro. Mas mato, com o perdão do trocadilho, não é a minha praia.
Só que nem adianta muito evitar, porque os mosquitos estão por toda a parte. E olha que sou aloka do repelente, uso até dentro de casa, coloco aqueles produtos de ligar na tomada, tento me precaver de todas as formas. Mas eles me amam, é impressionante. E eu os odeio. No calor, no frio, no interior, na cidade, no Brasil, no exterior… Acho que nunca vou ficar livre. Para completar, sou alérgica, o que faz com que, às vezes, o resultado da picada seja catastrófico.
Viajando já passei por isso duas vezes. Uma há tempos, na Itália. E outra na viagem mais recente, para o Espírito Santo. Nessa blogagem coletiva cujo tema é “Perrengues de Viagem”, eu não podia deixar de falar sobre essas situações!
Curta a página do blog no Facebook!
Mosquitos (não) me mordam!
O ataque de mosquitos na Itália aconteceu em Veneza, mas só percebi no avião a caminho de Roma, quando comecei a sentir uma coceira muito desesperadora. Ao desembarcar, vi que meu corpo estava com alguns calombos vermelhos. No hostel fui tomar banho e só então percebi que eram muito mais do que eu tinha imaginado. Em todo o corpo, do rosto ao tornozelo. Enormes. Vermelhos. Quentes. E coçavam que era uma loucura.
Eu do outro lado do mundo, sem saber o que era aquilo ou o que fazer. Já era noite e só no dia seguinte procurei uma farmácia. Nem precisei falar nada. A moça me olhou e já sabia. Me indicou uma pomada e aos poucos fui melhorando. Mas ainda passei uns dias sendo olhada e apontada, porque sério, era uma coisa horrorosa. Dias depois descobri que no período em que estive em Veneza havia infestação de um tal Zanzara, parente no nosso Aedes.
E ficou na história… Claro que de lá pra cá já fui picada inúmeras vezes, mas um calombinho aqui, outro ali, uma coceirinha, uma manchinha e vida que segue.
Recentemente eles voltaram a atacar. Em uma ida à cachoeira, parecia algo normal, natureza é isso, né? Faz parte. Fora que no meio da trilha tinha um bicho pulante do qual tenho pavor e eu tive um ataque, o que pra mim também configura perrengue. Mas voltando aos mosquitos… No dia seguinte, todo mundo tinha um ou outro calombo pelo corpo. Eu não. Eu levei todas as picadas – que não foram poucas – em uma única parte: os tornozelos. Foram inúmeras, nos dois, na parte interna e na externa. E aí que ao invés de calombos eu tive um inchaço geral. Eu nem tinha mais tornozelo, não dava para ver os ossinhos, ficou tudo imenso. A pele ficou escura e quente e coçando e tals. No fim desse dia eu mal conseguia andar, só arrastando os pés. Doloridíssimo, era como se estivesse comprimindo.
Ainda tínhamos mais um dia de viagem e tudo só piorou. Mais inchado, mais dolorido. Coloquei gelo, coloquei compressa quente, tudo que eu imaginasse que poderia ser bom, eu fiz. Mandei fotos para minha prima que é médica e ela me receitou corticóide e antialérgico. Comprei também uma pomada. Deitei, coloquei os pés para cima e, quando tentei levantar para ir ao banheiro, nem pisar eu consegui, tive de ir pulando me apoiando nos móveis do quarto do hotel. Eu só iria embora no dia seguinte. Amanheci um pouco melhor, conseguia novamente arrastar. Ainda doía, mas eu tinha um passeio agendado e não queria perder.
Estava em Vila Velha e caía a pior chuva dos últimos tempos na região metropolitana do Espírito Santo. Fiz o check-out e, minutos depois, enquanto tentava chamar um Uber, recebi um aviso de que o passeio estava cancelado. Dei sorte que as funcionárias do hotel aceitaram cancelar meu check-out e me deixaram voltar para o quarto.
Nesse meio tempo meu celular começou a dar sinais de que ia morrer. Ele apagava do nada, eu tinha de colocar para carregar e tentar ligar novamente, mas nem era por ter descarregado. Enfim… Só restava torcer para que não me deixasse na mão pelo menos até voltar para casa.
Na hora de ir para o aeroporto, novo caos. Não tinha Uber. Nem táxi. Ônibus era inviável, não estavam passando em alguns lugares devido a alagamentos, fora o fato de que eu praticamente não conseguia caminhar. Dei sorte de novo! As funcionárias tinham conseguido chamar um táxi para um hóspede gringo que também iria para o aeroporto e ele topou que eu dividisse com ele. O voo atrasou, claro. Estava tudo atrasado.
Mas cheguei bem. Os remédios começaram a fazer efeito, o inchaço e as dores foram passando, parecia tudo certo. Aí consegui voltar a raciocinar – porque ficar sem andar afeta até o raciocínio, sério! Fui organizar as coisas, olhar meus gastos… e descobri que todo esse perrengue não tinha sido suficiente. O meu cartão de crédito tinha sido clonado durante a viagem! Mas deixa esse assunto pra outra hora.
Perrengues de viagem
Eu lia/ouvia histórias de perrengues, mas nunca tinha nada para contar. Não que eu quisesse ter. Pelo contrário. Embora essas coisas se transformem sempre em bons “causos”, eu ficava aliviada em pensar que nada nunca tivesse dado tão errado a ponto de ser chamado de perrengue. Talvez por ser muito organizada e planejada, acabava conseguindo escapar dos imprevistos… Apesar de que, se é imprevisto, não se escapa, né? Então talvez eu apenas tenha dado sorte.
E, no fim das contas, é algo que acontece com todo mundo. A gente acaba rindo pra não chorar… Confira os #PerrenguesDeViagem de outros blogueiros que participam desta blogagem coletiva:
– Destinos por onde andei: Perdida em Roma, Itália
– Gastando Sola Mundo Afora: Um susto no Km 104! – Machu Picchu, Peru
– Atravessar Fronteiras: Um perrengue de viagem que rendeu um DVD ao vivo
– Viajando por Aí: Cuidados em um safari: algumas regrinhas para não levar um susto
– Cantinho de Ná: O passeio foi cancelado? Não insista, é a melhor decisão
– Ligado em Viagem: Perrengues que já passamos em hotel e como evitá-los
– Foco no Mundo: Perrengues no aeroporto: o que fazer quando algo dá errado?
– Viagens Invisíveis: Nossos maiores perrengues de viagem
Decididamente mosquito é um bichinho que não precisava existir!!!
100% de acordo! rsrs
oi. Achei teu texto até leve perto do q passou / passamos. Pra vc ter ideia, ainda tenho uma marca de uma das picadas no pé, ficou um furinho no lugar.
E meu cartão de crédito tb foi clonado durante a viagem. 🙁
Mas ainda bem q tudo passou 🙂
kkkk. Que histórias engraçadas, se não fossem trágicas. Eu também DETESTO mosquito, Ilha Bela, por exemplo, eu não quero conhecer porque já sei da fama dos mosquitos.
ahaha depois que passa a gente ri, né! eu tenho tbm uma lista de lugares que não vou por causa disso. =(
Os inimigos não gostam de mim, graças! Mas tenho um sobrinho que também sofre com o ataque de mosquitos. Vc já pensou em um repelente mais potente, como o exposis ou algo assim? Porque de vez em quando é bom enfrentar um matinho rsrs.
que sorte a sua!!! rs é, vou ter de procurar algo mais potente mesmo, obrigada pela dica!
Puxa vida, Mari, que perrengue “brabo”, menina. Eu e meu filho também somos alérgicos à picadas de insetos e quando sofremos algum ataque, podemos aguardar que os calombos brotam logo depois e coçam que é uma beleza. Imagino o seu sofrimento, na próxima viagem já leve seu kit anti-picadas, o mesmo que usou nesta trip, e será mais rápido se tratar. Embora, espero que nunca mais aconteça!
pois é, tenho que viajar prevenida (e torcer mesmo pra não acontecer de novo)!
Nossa imagino o seu desespero com a coceira e as picadas. Tenho alergia também mas nao chega a esse ponto que exige muito mais coitado. O pior é que em trilhas nao tem muito o que fazer ne?
É, não tem muita saída. Caprichar no repelente e torcer pra não acontecer nada. rs
Mari, eu tenho alergia à mordida de mosquitos, fica aquele calombo enorme vermelho e duro sabe? Mas acredita que raramente levo repelentes em minhas viagens? Levei recentemente para o Peru porque fiquei com receio já que lá te muita mata, pegamos chuva mas não precisei usar. O incômodo e muito grande mesmo quando temos reação às picadas.
Mari! Sei bem como é isso de não se dar bem com a turma mosquitófila!!! Eu e o Cássio temos alergia e, para piorar, parece que se tiver mil pessoas num lugar, o mosquito vai só em nós dois!!! E os mosquitos do ES eu conheço bem, são quase da família! Sobre chuvas e aeroporto fechado em Vitória, também conheço bem! Uma hora te conto a saga que foi no nosso casamento, Cássio já morava em Vix e quase que não chega a tempo da cerimônia ahahahah … O bom é que tudo deu certo no final pra ti e pra nós! Beijão