Check-in #27 – Junho/19

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Um semestre se passou sem que eu fizesse o check-in aqui. Ok, eu avisei lá em janeiro que não ia mais ser mensal. Aí pisquei o olho e como assim junho, gente? Tá, não vou cair em nenhum clichê de passagem do tempo, até porque foi um tempo louco, de muitos acontecimentos… No Brasil, no mundo e os meus também. Fui a programa de TV, carnavalizei, fiz roda de conversa, comecei a acompanhar grupos de passeios e viagens para mulheres, tive crise com o blog, repensei um monte de coisas, viajei, recebi visitas, fora a vida pessoal e profissional com seus altos e baixos. O sol está mais ameno, mas o inverno mesmo ainda não chegou. E a gente vai seguindo – acho que vou escrever essa frase por muitas vezes ainda. Entre tudo isso fiquei até meio perdida nas escolhas para postar, mas aí estão!

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Na Playlist

Escutei de um tudo nesse período, de músicas de carnaval às de festa junina. Mas aos 45 do segundo tempo, agora na última semana do mês, teve esse lançamento do Emicida e em dois ou três dias já ouvi tanto, mas tanto, que posso garantir que já é a mais ouvida desse semestre – e pelo tanto que ainda pretendo ouvir de novo amanhã e depois e depois, talvez seja a do segundo semestre também. Do ano. Da vida. Que coisa maravilhosa. Pra ouvir, ver, pra sentir!!! O trecho no início, a mistura com a canção do Belchior (Sujeito de Sorte), as participações de Pabllo Vittar e Majur, nossa… tudo. A mistura perfeita, o remédio para sobreviver em tempos tão pesados.

Na Telinha

Não sou de ver séries. Não fazem meu estilo. Não sei. Todo mundo insiste, todo mundo sempre tem uma para indicar, mas não chega a me despertar vontade. Até que comecei a ver umas chamadas sobre “Coisa mais linda”, que estreou em março, fiquei curiosa, resolvi dar play e… cinco episódios depois já eram 23h e eu ainda não tinha nem comido nada desde o almoço! No dia seguinte vi os outros dois episódios que faltava e desde então já estou ansiosa pela segunda temporada. Eu chorei, ri, refleti, aprendi, amei. É uma produção brasileira e aborda temas como machismo, racismo, violência doméstica, privilégios, sororidade, entre outros. A história se passa no Rio de Janeiro da década de 50, onde quatro mulheres de diferentes mundos lutam por seus direitos, cada uma buscando seu lugar e seus sonhos em uma sociedade que só dava voz/espaço aos homens. Está na Netflix e recomendo pra mulherada, pra quem quer compreender melhor nossas lutas, inclusive para os homens dispostos a se abrirem a isso. Caso alguém ainda não tenha visto, veja!

Na cabeceira

Já tinha ouvido falar bastante do livro “A Amiga Genial”, de Elena Ferrante, escritora italiana que usa esse pseudônimo e ninguém sabe exatamente quem é. Esse livro e outros que são uma continuação dele, cada um sobre uma fase da vida (infância/adolescência, juventude, vida intermediária e velhice), formam a tetralogia “Série Napolitana” e são um fenômeno literário! Mas nunca tinha me animado a ler. Até que resolvi começar. Confesso que estava achando meio chatinho, mas segui porque não sou de largar histórias sem terminar. Aí do meio para o fim fui gostando demais, engrenei, mal terminei e já emendei no segundo, “História do Novo Sobrenome”, que achei ótimo de ponta a ponta. Li super rápido, me identifiquei em algumas partes, foi fluindo. Na sequência já comecei o terceiro, “História de quem foge e quem fica”, mas acabei parando. Acho que eu precisava de uma pausa depois do mergulho no segundo. Quero retomar antes que eu perca demais a referência dos anteriores. E ainda tem um quarto, “História da menina perdida”. Sei que a história dos livros virou série na HBO, mas não assisti.

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Na mídia

Como já fiz da última vez e como pretendo continuar fazendo, tirei o foco das notícias ruins ou desanimadoras, que são muitas, e estou tentando focar nas notícias positivas (sim, elas existem) e/ou textos que transmitam um pouco do que sinto (bom pra ver que não estamos sozinhos), mas sem me fechar em uma bolha. De muita coisa que li, deixo um texto do Ivan Martins, de quem sou fã, que veio a calhar: “O que acontece com outras pessoas, longe de mim, afeta radicalmente meus sentimentos. O que se passa ao meu redor, também.(…) Conheço muitos que acham essa relação emocional com o mundo uma excentricidade. São milhões de pessoas para quem a vida se mede apenas em eventos pessoais e familiares, em coisas que lhes dizem diretamente respeito, e só. Eu nunca consegui. Nunca me pareceu que a vida pudesse ser reduzida a uma empreitada privada. Há sempre algo clamando por atenção do lado de fora da janela – um universo inteiro, assustador e incontornável. Há uma espécie de glória nisso. Em não desistir. Em não se desligar. Não se alienar atrás de paredes, muros, blindagens, seguranças. Não se esconder na ignorância e na indiferença. Ao contrário: estar, saber, participar ainda que doa, como tem doído nestes dias. Não me parece que haja outra forma de ser.” Leia o texto completo “Vamos sair da bolha, meu amor?”

Na mesa

Viajei para São Paulo e se tem uma coisa que eu amo por lá é comer bem. Além de encontrar, conhecer e rever muita gente querida e ter ótimos papos e momentos, voltei pra casa também com muitas lembranças gastronômicas. Afinal, foram quase 10 dias e são muitas as possibilidades que a cidade oferece. Teve sorvete, hambúrguer, noite de gin, bolo vegano, chá, brownie, comida japonesa, almoço vegano, crepe doce, petiscos, drinks, croissant, chocolate quente… De tudo um pouco, de tudo bom, do jeito que eu gosto! Postei no Instagram uma galeria com fotos de cada um, pra ver e se deliciar! (Odeio que postando aqui não fica centralizado, mas vale pelas imagens e informações).

https://www.instagram.com/p/BwA4CGYlFmN/

Feliz por…

É tão bom poder estar perto de quem a gente admira, mais ainda quando a gente pode ouvir tudo que a pessoa tem a dizer. Na Flic-ES (Feira Literária Capixaba), pude conhecer a escritora mineira Conceição Evaristo. Ela fez uma palestra linda sobre escrita e escrevivência. Depois ainda atendeu a todos para autógrafos e fotos! Que privilégio!

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Para inspirar

A Copa do Mundo de Futebol Feminino foi um acontecimento e tanto. Transmissão na TV, mobilização nas redes sociais, até mesmo ver alguns homens se doendo, isso só mostra que deu certo. Pode parecer banal, mas se a gente pensar que há 40 anos o esporte era proibido por lei e que mesmo recentemente ainda é, muitas vezes, alvo de diversos tipos de preconceito… Foi lindo demais e é um passo a mais na valorização do futebol feminino, ajudando a quebrar barreiras que ainda existem e a mudar a forma como o esporte é visto. A seleção, mesmo eliminada, saiu de cabeça erguida. Nossas jogadoras foram recebidas com festa no aeroporto de volta ao Brasil. Merecem mesmo todo o aplauso e reconhecimento. Cada uma delas foi uma inspiração para muitas mulheres não só em campo, mas também fora dele. Futebol é, sim, coisa de mulher. E qualquer coisa é coisa de mulher se a gente quiser!

Para ler meu check-in dos outros meses clique aqui.

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