“Em 2015, com 21 anos, fiz um intercâmbio acadêmico pro México. Sempre amei muito aquele país e sonhava em conhecê-lo. Como não é muito comum quererem ir estudar aqui na América Latina, tive que embarcar nessa jornada sozinha.
No começo foi bastante assustador chegar a um lugar novo completamente sozinha e sem nenhuma referência brasileira. Todos os meus amigos eram locais, o que eu considerei uma supervantagem, pois pude imergir na cultura de cabeça por seis meses. Mas nem sempre eu tinha companhia para conhecer os lugares que eu queria, e um desses lugares era Acapulco. Já estava chegando o final do meu intercâmbio e nenhum dos meus amigos tinha disponibilidade de ir comigo, então lá fui eu!
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Pra vocês entenderem, o México é um país com os mesmos problemas de segurança que o Brasil. Acapulco fica no estado de Guerrero, um dos estados mais perigosos e machistas do país. Então a decisão de ir sozinha não foi assim tão fácil. Além disso, como boa universitária, a grana sempre era curta (risos). Pesquisei em um site que eu considero confiável e encontrei um hostel bem no centro da cidade. Optei em pagar um pouco mais caro pra ficar num quarto sozinha.
Também pesquisei bastante sobre a cidade, sobre os pontos turísticos que eu queria visitar, lugares para comer, como se locomover em transporte público… Cheguei na cidade de dia ainda e já tendo uma noção de como eram as coisas por ali. Um cuidado que eu tomei era de não ficar falando muito sobre mim para as pessoas com quem eu cruzava (taxistas, recepcionistas do hostel, garçons) e sempre ficar atenta com meus documentos, celular, câmera (nada fora do comum da vida de um carioca hehe).
Como Acapulco é uma cidade de praia, todos os passeios que eu queria fazer eram diurnos e foram muito legais! Um bom livro é sempre uma excelente companhia. Não passei nenhum perrengue, sempre cruzei com pessoas gentis e educadas.
A única coisa que ficou faltando foi conhecer a vida noturna de Acapulco. Preferi não arriscar, pois, ao anoitecer, a cidade fica bem deserta e perigosa. Mas mesmo assim a experiência foi ótima e enriquecedora.
Viajar sozinha me deu uma sensação incrível de liberdade e empoderamento. Passei a curtir muito mais minha própria companhia e já estou planejando outras!”
Texto: Natália Andrade Gomes
Fotos: Arquivo Pessoal
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