“Não desista dos seus sonhos porque se tornou mãe, dê uma nova versão pra ele!
Viajar solo com meu filho foi uma experiência incrível! O olhar de felicidade, as gargalhadas, o afeto, o carinho, a companhia, nossas danças no quarto de hotel, as conversas, brincadeiras… o amor!
Eu sempre gostei de viajar e, quando engravidei, ouvi muito ‘Agora acabou hein, não dá para viajar com ele’. E aí aos três meses ele fez sua primeira viagem de avião.
Sempre gostei de viajar, nunca fui do tipo que deseja comprar uma casa por exemplo. Guardava dinheiro para comer e viajar, mas nunca viajei completamente sozinha fora a conexão Rio x SP, porque sou carioca, mas me mudei para São Paulo para me formar.
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Minha história é bem típica. Engravidei após a faculdade de um relacionamento que não era fixo, mas iniciamos o processo de criar uma família mesmo eu passando a minha gestação praticamente toda no Rio e ele em São Paulo. Mas acabei me tornando mãe solo cinco dias após o nascimento do meu filho.
As viagens começaram quando ele tinha três meses (fomos para São Paulo), mas nunca pensei em sair do país com ele porque tenho muito medo dessas pessoas que roubam crianças e isso me trava um pouco, fora as dificuldades sobre alimentação, rotina, saídas solos, banho, as coisas da maternidade real.
Eu não tenho trabalho de carteira assinada, mas sou freelancer na minha área (publicidade) e faço brincos artesanais pra ter uma renda extra. Daí tudo que entra de ‘extra’ eu vou guardando. Me cadastrei em um programa de milhas e comecei a pesquisar para onde eu poderia ir com elas e surgiu a Argentina!
Comecei a pesquisar tudo sobre o lugar e o que eu poderia fazer lá com um bebê de 1,11 meses e fui anotando tudo em uma planilha. Comprei as passagens no susto rs Digo isso porque não fiquei meses pesquisando valores, eu tinha os pontos e um cartão de crédito emprestado e daí comprei.
Conforme a data foi se aproximando, fui pensando em técnicas para o meu filho dormir grudado em mim (literalmente) caso meu quarto fosse invadido. Disse que sou medrosa? Então!
Ficamos em um hostel com quarto privado e banheiro, acabei preferindo porque em um Airbnb íamos ficar literalmente sozinhos e isso me deixou insegura. O hostel foi uma hospedagem bem tranquila, tinha café da manhã à parte.
Assim que cheguei na Argentina o rapaz do transfer se assustou pelo fato de estarmos sozinhos e me chamou de corajosa! Os olhares na rua para uma mãe solo vão de ‘que louca’ a ‘te admiro’ em cada passo. Mas, fora ele, ninguém questionou!
Fiz um roteiro, comprei um tour city e conseguimos fazer quase tudo. Respeitei a rotina dele (fiquei sentada no shopping com ele dormindo por 2h depois de uma tarde intensa de brinquedos!), tomamos muito sorvete, dançamos no quarto do hotel, cantamos, tomamos banho de banheira e sorrimos muito! Compartilhar esses momentos com meu filho foi muito gostoso. Mais que isso, foram enriquecedores… Esses momentos de conexão quando estamos solos são ainda mais fortes.
Mas nem tudo são flores! Teve crises de choro e jogadas no chão que contei mentalmente até 10 e abracei, beijei, disse que amo até passar e passou! O lance é não perder a paciência porque aí elas ficam piores.
Sobre Buenos Aires, ela é linda! Ficamos bem no centro e saíamos à noite para jantar sem problemas e a cidade é cheia de parques com áreas infantis, à noite a galera se reúne nas parques/áreas verdes pra conversar e o clima é muito gostoso!
No primeiro dia fizemos tudo sozinhos e no segundo foi o city tour com parada para fotos. Foi ótimo porque conhecemos vários lugares de uma vez. Após o passeio acabamos indo para o hotel dormir, já que ele estava mega cansado e eu também! Depois passamos o final da tarde no parque, jantamos e fomos tomar um famoso sorvete do país no Puedo Madero. E outra coisa boa: tem estação do metrô em praticamente toda esquina e isso facilita demais!
Para nossa segurança levei uma guia e assim ele pode andar tranquilo pela cidade. Levei também um canguru (doem as costas e é bom levar um remédio de casa) que ajudou muito nos momentos que ele não queria andar por estar cansado!
O carrinho não levei por ser algo grande que poderia me atrapalhar muito na hora de entrar nos parques e áreas infantis, já que era uma coisa a mais pra olhar/guardar e meu foco total tinha que ser nele já que estávamos solos!
Por fim eu queria dizer que a maternidade precisa ser adaptada, não podemos nos anular porque é necessário estar bem consigo para maternar! Eu sei que ela nos suga, suga mesmo quando temos rede de apoio e ainda mais quando estamos solos! O meu sonho é viajar o mundo e, seja qual for o seu, faça as adaptações necessárias para realizá-los! Cuide-se para cuidar!”
Texto: Tuianny Tome
Fotos: Arquivo Pessoal / Instagram @tuiannytome
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