Como é se hospedar no Copan, em SP, e dicas do que fazer na região

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O Edifício Copan é um dos prédios mais icônicos do Centro de São Paulo. E se hospedar no Copan pode ser uma experiência única para quem viaja à cidade. Eu fiz isso e adorei!

Mas, antes de contar como foi passar uns dias por lá, acho que vale conhecer e entender um pouco mais sobre o edifício e toda a sua história.

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História do Edifício Copan

Projetado por Oscar Niemeyer na década de 1950, o Copan é um dos símbolos da arquitetura moderna brasileira. Com seu formato ondulado que se destaca mesmo em meio a outras enormes construções, dá um toque de leveza ao mar de linhas retas da cidade.

Um contraste interessante que pode ser observado de diversos pontos, como nessa foto aqui, da esquina da frente. E a que abre o texto, no “Aquário Urbano”, esquina da Rua Bento Freitas com artes representando o fundo do mar.

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O Copan tem 32 andares, seis blocos e centenas de apartamentos, dos pequenos studios aos grandes espaços com mais de 200 m². E uma área comercial no térreo com mais de 70 estabelecimentos que vão dos tradicionais aos modernos, entre bares, cafés, restaurantes, lojas, salões de beleza, ateliês e outros. Tem até igreja evangélica. E locadora de vídeos!

A variedade no tamanho dos apartamentos faz com que o Copan tenha um perfil bem diverso de moradores, com pessoas de diferentes idades, estilos de vida, formatos de família e classes sociais.

Localizado no número 200 da avenida Ipiranga, é como se fosse uma pequena cidade, inclusive com um CEP próprio (01046-925 – se quiser enviar uma correspondência, já fica a informação).

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Foto: http://www.fotosedm.hpg.ig.com.br/, Attribution, via Wikimedia Commons

Assim como outros prédios da região central, o Copan viveu um período de degradação, devido ao próprio declínio do centro da cidade. O local, que antes era um dos metros quadrados mais caros de São Paulo, perdeu o glamour.

Mas, na década de 1990, houve uma revitalização do centro, com investimentos para que voltasse a ser uma opção de moradia. Unindo qualidade e bons preços, o Copan passou então a atrair novos moradores. E a colecionar histórias.

Em 2012 foi tombado como Patrimônio da Cidade de São Paulo. Em 2016 foi tema do documentário “Copan 60 horas”, da diretora e roteirista Cristina Aragão, exibido pela Globonews e disponível também no YouTube.

Já inspirou um livro de contos, “Arca sem Noé – Histórias do Edifício Copan”, da escritora Regina Rheda, que ganhou o prêmio Jabuti. E tem menção no Guiness Book – O Livro dos Recordes, como o maior prédio habitacional do Brasil.

Tão clássico que alguns semáforos em uma das esquinas do Copan têm a silhueta do edifício ao invés dos tradicionais homenzinhos. O que vi foi na própria Avenida Ipiranga, em frente ao Restaurante Varanda (não sei se há mais).

Importante: como qualquer região central de grandes cidades, é preciso ter atenção redobrada, não dar mole com o celular na rua, usar bolsa na transversal, esse tipo de coisa. Durante o dia e durante a semana tem bastante movimento e policiamento. Andei tranquilamente. Já à noite, dependendo da distância, melhor pegar uber/táxi.

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Por que o nome Copan?

Uma curiosidade é a origem do nome Copan, uma abreviação de Companhia Pan-Americana de Hotéis e Turismo, empresa que encomendou o projeto como forma de homenagear o IV Centenário da cidade de São Paulo.

Originalmente, além das residências haveria também um hotel, o que acabou não acontecendo. Mas, hoje, muitos apartamentos podem ser alugados, possibilitando se hospedar no Copan, como eu fiz.

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Como se hospedar no Edifício Copan

Eu tinha muita vontade de me hospedar no Copan e adorei a experiência. Fiquei em um apartamento que está disponível no Airbnb (veja mais aqui).

É um studio bem lindinho, todo equipado e cabem até três pessoas. Tem cama de casal, cama de solteiro que durante o dia funciona como sofá, armário grande, TV e mesinha para trabalho.

A cozinha tem mesa, armários, utensílios (pratos, copos etc), geladeira, fogão e micro-ondas. E no banheiro fica também a máquina de lavar, além de um tanque e materiais como sabão em pó e amaciante.

Sem falar da vista da janela, pois o apartamento fica no 25º andar e dá para ver parte da imensidão de São Paulo. Se acordar cedinho (não foi o meu caso rs) dá para ver o nascer do sol.

A fechadura é eletrônica e com senha, super seguro. Tem porteiro 24h. E o valor não é alto, há diárias a partir de R$ 150,00 (preços de novembro/2022, sujeitos a alterações).

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Além disso, fica pertinho do metrô República, o que facilita para se descolar a outros pontos da cidade. Mas o melhor mesmo é explorar as muitas possibilidades do próprio Copan e a variedade de atrativos da região.

Veja mais informações e reserve aqui

Onde comer no Copan e região

Copanzinho

Apesar do nome, não fica dentro do Copan, mas em frente. É um barzinho que tem porções, bebidas e bons preços. Eu curti muito. Instagram: @copanzinhobar

Estadão

Super tradicional em São Paulo, funciona 24h e fica a duas quadras do Copan. Simples, a gente come no balcão. E muito bom. Os lanches de pernil (com acompanhamentos diversos) são os mais famosos. Instagram: @barelanchesestadao

Prato Feito

Também a duas quadras do Copan, trabalha com alimentos do MST e tem um ótimo ambiente. Os pratos (almoço e jantar) são bem servidos e gostosos. Instagram: @pratofeitoppd

Magg Café

Dentro do Copan, o espaço é uma graça e tem bolos, salgados, cafés, ótimo para um lanche ou um café da manhã mais tarde (funciona a partir das 10h). Instagram: @maggcafe

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Café Floresta

Um dos mais antigos e tradicionais do Copan, atendimento no balcão. Na parede tem matérias de jornais e revistas sobre o estabelecimento. E o próprio dono ainda trabalha lá atendendo aos clientes. Não achei o instagram, acho que não tem.

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Bullguer

É uma rede de sanduíches, com várias opções de lanches e combos. Fica praticamente em frente ao edifício. Instagram: @bullguer

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Restaurante Varanda

Para almoçar no Copan, foi a opção com melhor custo-benefício. Tem self-service a quilo, mesinhas e entrada também pela rua. Instagram: @varandacopan

Dona Onça

Muito famoso, muito recomendado, mas também muito caro para os meus padrões. Instagram: @bardadonaonca

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World Café

Outra opção para tomar um café ou fazer um lanche, adorei a foto gigante do Copan que têm na parede. Instagram: @worldcafebar

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Cuia Café

Não cheguei a provar nada, apenas vi o espaço, que fica dentro da Livraria Megafauna. Instagram: @cuia_restaurante

Padaria Santa Efigênia

Além de pães, tem doces, opções diversas de lanches, café e também almoço self-service, com um espaço com mesas. Instagram: @padariasantaefigenia

Dicas de passeios próximos

Ainda vou fazer um texto falando mais de alguns desses lugares, mas já deixo aqui uma listinha com sugestões do que vale a pena incluir no roteiro. Porque tão importante quanto saber como se hospedar no Copan é saber o que tem para fazer por perto!

– Livraria Mega Fauna, dentro do Copan.

– Biblioteca Mário de Andrade.

– Terraço do Shopping Light, com vista para o Theatro Municipal.

– Livraria Calil Antiquária, a mais antiga da cidade.

– Esquina da Avenida Ipiranga com Avenida São João.

– Estátua da Mãe Preta no Largo do Paissandu.

– Minhocão – aberto para pedestres nos fins de semana.

– Galeria do Rock, um grande centro comercial.

– Igreja de Nossa Senhora da Consolação.

– Museu da Diversidade Sexual, no metrô República.

– Sesc 24 de Maio, com piscina, café e exposições.

– Feirinha na Praça da República.

Como tudo fica pertinho, dá para fazer a pé. E, pelo caminho, muita arte e outros achados interessantes.

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Outra opção de passeio no próprio Copan é subir até o terraço para ter uma vista panorâmica. Mas essas visitas foram suspensas na pandemia e, mesmo com a melhora do cenário, ainda não foram retomadas.

Vou deixar esse mapinha que dá para abrir e ver melhor os lugares que citei:

Mas e o Paulo Vieira?

O endereço do ator, apresentador (e humorista, empresário do Tocantins, jornalista, roteirista, compositor, cantor, cosplay da Frozen e tudo o mais que ele quiser ser) Paulo Vieira não é nenhum segredo. Ele mora no Copan – e quem o acompanha na internet já viu muitas postagens sobre isso.

Portanto, quando fui me hospedar pensando em conhecer lugares na região para fazer esse texto, logo incluí na minha lista: encontrar o Paulo Vieira. Não se vive uma experiência completa no Copan sem isso.

Faltou apenas combinar com ele. E olha que tentei, postando e marcando. Ele não viu. Mas o destino ou a pessoa que cuida das coincidências da vida viu e, mesmo sem planejamento, o encontro aconteceu.

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Eu estava voltando para o apartamento quando passei pela entrada do Word Café e vi o irmão do Paulo, Zé Vitório. Logo vi que ao lado dele estava o próprio Paulo. Entrar? Não entrar? Parecer sem noção? Interromper a conversa?

Por tudo o que ele mostra nas redes, eu me senti à vontade para abordar. E foi ótimo. Paulo é uma simpatia, conversamos, rimos, falamos de viagem, do programa dele “Avisa lá que eu vou” e até combinamos de nos falar mais tarde para um novo café, que acabou não acontecendo – ainda!

Quando postei a foto, algumas pessoas falaram também de outros moradores famosos do edifício, como o cantor Supla e o DJ KL Jay do Racionais.

Então fica aí a dica de como se hospedar no Copan: aproveite tudo ao máximo, ande atento e fique de olho porque a qualquer momento você pode esbarrar em um deles por lá! E como diz a letra de uma música do próprio Paulo: “Tem muita gente estranha e esquisita em São Paulo. Eu gosto de andar com elas. De ser estranha também…”

Para ler ouvindo:

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