Um belo hino de um grande clube (que não vou dizer que é o Cruzeiro para não parecer que não tenho imparcialidade) diz que nos gramados de Minas Gerais temos páginas heróicas, imortais. Sim, temos! E não só os cruzeirenses, mas também os atleticanos e… os alemães.
É claro que você sabe que estou falando daqueles 7×1 sobre o Brasil na Copa do Mundo de 2014 que, nem que a gente queira, vai dar pra esquecer. Mas o estádio abriga muito, mas muito mais, do que as lágrimas de David Luiz. Foi o que descobri nesta visita guiada ao Mineirão em Belo Horizonte.
Eu, quando morava em Belo Horizonte, era frequentadora assídua. Vivi momentos lindos, outros nem tanto.
Minha última vez tinha sido num jogo entre Brasil x Argentina, que terminou em 0x0. Foi minha despedida da cidade e, logo depois, me mudei para o Rio de Janeiro.
Nessa ocasião tive a oportunidade de ver Lionel Messi ao vivo – e de gritar o nome dele, já que a seleção brasileira fazia uma partida péssima e a torcida então resolveu celebrar o rival.
Depois disso, muita coisa mudou, incluindo a grande reforma realizada para se encaixar no chamado “padrão Fifa” exigido dos estádios que sediaram jogos da Copa do Mundo de 2014. E eu ainda não tinha visto o resultado pessoalmente.
Resolvi então fazer uma visita guiada ao Mineirão, onde fica também o Museu Brasileiro do Futebol. Há três tipos de visita: somente museu, somente estádio, ou o combo, fazendo as duas opções, que foi a minha escolha.
Museu Brasileiro do Futebol em Belo Horizonte
Inaugurado em 2013, o museu funciona de terça a sexta de 9h às 17h (com permanência até as 18h) e aos sábados e domingos de 9h às 13h (com permanência até as 14h). As visitas ao estádio acontecem nesses mesmos dias e horários.
Em seu acervo, bandeiras e camisas dos times, fotografias de jogadores, placas comemorativas, fichas técnicas de todos (ou quase todos) os jogos desde a inauguração do estádio, fotos do período da reforma, sala com exibição de um vídeo no telão e puffs estilo bolas de futebol, hall da fama com os grandes ícones do futebol que jogaram no Mineirão e muito mais.
Até o finado Fuleco se encontra por lá. É superorganizado, bem cuidado e cheio de informações. Me surpreendeu!
Como é a visita guiada ao Mineirão
Fui num sábado pela manhã e achei que estaria tranquilinho. Minha ideia era pegar a visita das 9h, mas perdi, por alguns minutos (ninguém entra depois do horário), então visitei o Museu primeiro e, depois, fomos para uma pré-sala, onde ouvimos as orientações e tals, antes de começar a visita propriamente dita.
Só no horário das 10h tinham 80 pessoas, fora outras tantas do horário anterior e do posterior que vi saindo/chegando. Por causa disso, fomos divididos em dois grupos de 40 e quem nos acompanhou foi o guia Thiago.
No roteiro, as dependências do estádio, como a sala de aquecimento (com grama sintética, onde pode-se bater uma bolinha – eu não arrisquei, mas meu afilhado adorou).
E também uma passada pelos vestiários (com há camisas de todos os times que disputaram o Campeonato Mineiro esse ano – eles devem trocar ano a ano), zona mista (onde os jogadores ficam logo antes de subirem as escadas que dão acesso ao campo), a área técnica do campo (na lateral), as cadeiras especiais e os camarotes.
Curiosidades sobre o Mineirão
O estádio, cujo nome oficial é Estádio Governador Magalhães Pinto, foi inaugurado no dia 5 de setembro de 1965. Nesse dia aconteceu um jogo entre a Seleção Mineira e o River Plate da Argentina, com placar de 1×0.
O recorde de público é de 132.834 pessoas, na final do Campeonato Mineiro de 1997 entre Cruzeiro e Vila Nova. Nessa época ainda não haviam cadeiras nas arquibancadas, além de haver a “geral”, o que possibilitava que mais gente entrasse (e se espremesse).
Atualmente, a capacidade do Mineirão é de 58.170 pessoas. O maior artilheiro da história do estádio é o atacante Reinaldo, ex-jogador do Atlético, que marcou 152 gols. E o jogador que mais atuou lá foi Nelinho, que vestiu a camisa tanto do Cruzeiro como do Atlético. Ele totalizou 348 partidas.
Além dos jogos de futebol, o Mineirão também já foi palco de shows e eventos. Entre os mais populares estão o Pop Rock Brasil e o Axé Brasil (saudades, adolescência!). Todo ano cada um desses eventos reunia, em dois dias de música, os maiores nomes de cada ritmo.
Lá também foi gravado, durante um clássico, o clipe da música “É uma partida de futebol”, da banda mineira Skank. É do Skank também o recorde de público em shows. Foram mais de 50 mil pessoas na gravação do DVD em 2010, evento que encerrou as atividades do estádio antes da reforma.
Achei que a visita guiada ao Mineirão valeu muito a pena, principalmente para conhecer espaços aos quais não se tem acesso. Mas é claro que não se compara a estar sentada nas arquibancadas, cantando, fazendo ola, sofrendo, torcendo, vibrando e, claro, comendo aquele tropeiro sem igual! Como meu “tio” costuma dizer…
Serviço:
Estádio Governador Magalhães Pinto – Mineirão
Endereço: Av. Antônio Abrahão Caran, 1001
Visita guiada + Museu: R$ 8,00 (meia para estudantes, idosos, professores da rede pública, entre outros) – preço apurado em Agosto/2015.
Foto principal: Reprodução/Portal da Copa
Para ler ouvindo:
[youtube www.youtube.com/watch?v=7Ie4oL17Nwc]
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