“Vida, espaços, edifícios – nessa ordem”. A frase do arquiteto urbanista dinamarquês Jan Gehl define bem a cidade de Copenhague, capital da Dinamarca, conhecida por ser um dos lugares com maior qualidade de vida em todo o mundo. Mas nem sempre foi assim.
Nos últimos 50 anos Copenhague passou por um processo de desenvolvimento urbano inovador, com decisões que priorizaram os espaços públicos, focando em uma cidade para pessoas.
Desde que uma das principais avenidas se tornou um passeio para pedestres, na década de 1960, outras mudanças nesse sentido passaram a acontecer. Entre os destaques, um que certamente vem à cabeça da maioria das pessoas quando se fala em Copenhague: as bicicletas. A cidade ganhou uma rede extensa de ciclovias, estimulando as pessoas a pedalarem. Atualmente, mais de 40% dos moradores se locomovem dessa forma.
Outro exemplo é a orla de Copenhague, que ganhou opções de lazer, além da limpeza da água, que foi tratada e se tornou banhável. No verão, é comum ver pessoas nadando, praticando esportes aquáticos ou aproveitando algumas das estruturas flutuantes.
Brasileiros em Copenhague, na Dinamarca
Diferente do Brasil em vários pontos – clima, geografia, cultura, língua e outros – a Dinamarca geralmente não é um país que vem à mente quando se pensa em brasileiros morando fora. Também não costuma figurar nas listas de destinos em viagens de brasileiros à Europa, a Dinamarca tem muitas coisas interessantes, tanto em relação ao turismo como aos hábitos do dia a dia.
É um dos países mais seguros do mundo, com um dos melhores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), é um país sempre citado quando se fala em viver bem e tem a fama de ter um estilo de vida mais feliz, o que eles chamam de “hygge”. Em um dos episódios do podcast Além do Olhar, conversamos sobre tudo isso com a Laura Sette, do blog e instagram 7 cantos do mundo, que mora na Dinamarca. Ouça o papo completo aqui:
Livros sobre a Dinamarca
Mas, antes mesmo da ideia surgir como possibilidade de pauta para o podcast, eu já tinha me interessado por Copenhague depois de ler dois livros sobre a cidade. Um real e um fictício, mas ambos com descrições sobre locais e hábitos que me deixaram com vontade viajar para a Dinamarca.
O primeiro foi “O segredo da Dinamarca – descubra como vivem as pessoas mais felizes do mundo”, de Hellen Russel (Editora Leya). A jornalista inglesa, que há alguns anos mora em Copenhague e, no livro, investiga as razões da felicidade dos dinamarqueses, que é algo que vai além das boas condições de vida que o Estado proporciona – embora, é claro, ter essa base garantida também faça uma grande diferença.
Ela fala dos hábitos como o contato com a natureza, a harmonia entre as pessoas, a confiança, os cuidados para tornar os ambientes internos mais aconchegantes e outros. São 10 passos que qualquer um pode colocar em prática para ter uma vida mais leve e agradável sem precisar se mudar de país.
É claro que nem sempre isso é fácil, dependendo da realidade, do local e de muitos fatores. Mas, estar na cidade favorece esse processo e faz com que tudo isso aconteça de forma mais intensa e, principalmente, de forma natural.
O outro foi “O pequeno café de Copenhague”, de Julie Caplin (Editora Arqueiro) é um romance que fala de viagens, com muitos acontecimentos interessantes, além de ser escrito e protagonizado por mulheres. Leitura super fluida, que me prendeu do início ao fim.
Kate é assessora de imprensa e vai acompanhar um grupo de jornalistas e criadores de conteúdo em uma viagem por Copenhague. Juntos, eles vão (nós vamos, porque quem lê se sente junto também) conhecendo a capital do “país mais feliz do mundo”, descobrindo alguns costumes e maravilhas da cultura dinamarquesa e aprendendo a apreciar o significado das pequenas coisas.
O livro descreve tão bem os lugares da cidade que eu cheguei a parar a leitura no meio pra entrar no Google e ter uma noção de preço de passagem. Inviável? No momento, sim. Mas segui viajando pela história e depois fui atrás de descobrir os melhores pontos turísticos para conhecer na cidade!
O que fazer em Copenhague
– Nyhavn: porto com navios ancorados, cheio de construções coloridas ao redor, é um local muito charmoso e com e muito movimento durante todo o dia.
– Palácio de Amalienborg: residência da família real dinamarquesa, pode ser visitado e tem também a troca de guarda diariamente.
– Palácio Christianborg: construção imponente que só pode ser vista por fora, é a sede do parlamento e onde fica o escritório do primeiro ministro.
– Castelo de Rosenborg: foi residência real no século XVII e hoje é um museu com acervo de objetos das famílias.
– Marmorkirken: a grande Igreja de Mármore no centro da cidade tem o maior domo da Escandinávia e á aberta para visitação.
– Pequena Sereia: a personagem de um dos contos infantis do escritor dinamarquês Hans Cristian Andersen tem uma estátua sobre uma rocha no porto principal.
– Cristiania: é uma cidade dentro da cidade, um distrito mais alternativo, com suas próprias leis, ótimo para caminhar sem pressa.
Foto principal: Jorge Franganillo, CC BY 3.0, via Wikimedia Commons