Morar fora do país, independentemente de onde, já é uma experiência diferente. Mas, no caso de mulheres, num mundo que ainda é tão machista, algumas coisas podem ser um choque cultural maior, tanto pelo lado positivo como pelo lado negativo.
A Islândia, por exemplo, é um dos melhores países em relação aos direitos das mulheres, considerado o país mais igualitário do mundo. Já a Arábia Saudita é o oposto disso e, pelo menos do que a gente ouve falar, é aquele estereótipo total de machismo, como se as mulheres fossem submissas.
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Isso pode ser comprovado por dados do Ranking Mundial da Igualdade de Gênero, feito pelo Fórum Econômico Mundial, levando em conta aspectos de comportamento, sociedade, educação, mercado de trabalho, entre outros:
De acordo com este ranking, a Islândia é o país número 1 já há alguns anos. Já a Arábia Saudita é o número 146 da lista, que tem ao todo 153 países. A título de comparação, o Brasil é o número 92. Para nós mulheres, especialmente para aquelas que, como eu, viajam sozinhas, saber disso é sempre um fato que faz pensar.
Mas voltando às mulheres brasileiras vivendo em outros países… Como é, na prática? A questão de gênero impacta – ou não – no dia a dia? Como lidar com culturas únicas e abordagens diferentes sobre os direitos das mulheres?
Em um dos episódios recentes do podcast Além do Olhar, que faço junto com a Amanda do blog As Viagens de Trintim, tivemos duas convidadas para conversar sobre este assunto:
– A Erika Carneiro, do insta @islandia_express, que vive na Islândia há 15 anos com o marido islandês e duas filhas.
– A Gabi Lirio, do insta @gabilirio, que vive na Arábia Saudita há seis com o marido brasileiro que foi a trabalho.
– Também contamos a participação de Cleide Sousa, do @blogporondeeuvou, que mora no Japão há mais de 1 ano, para falar sobre machismo e os direitos das mulheres na terra japonesa.
Mulheres em países de culturas diferentes
Elas compartilharam as impressões e a visão de quem convive de perto com todas as diferenças sociais, culturais e, principalmente, em relação às questões femininas, seja algo bom ou ruim.
Na Islândia, por exemplo, a Erika ficou surpresa quando convidados estranharam que o aniversário de 4 anos da filha dela tinham pratinhos de fadas para meninas e de piratas para meninos. Afinal, para eles esse tipo de diferença não existe. Se surpreendeu positivamente também com a boa estrutura para crianças e mães.
Veja um Roteiro na Islândia no blog Ideias na Mala
Já na Arábia, a Gabi precisou entender que em algumas festas as mulheres ficam em ambientes separados dos homens. Além de outros detalhes como o fato de não haver bebidas alcoólicas no país e da adaptação ao vestuário. Mas diz que aos poucos as coisas estão mudando.
Quer saber mais? Ouça aqui ou procure “Além do Olhar” na sua plataforma de áudio preferida.
Foto principal: Imagem de Betti Cohen-Kowalski por Pixabay
Tenho um casal de amigos que morou na Islandia e eles sempre comentavam mesmo o quanto a sociedade é igualitária, e que não é uma sociedade punitiva com as mulheres.
Eu adorei saber disso! Pra gente aqui no Brasil ainda parece tão distante!
Nossa não sabia que a Islândia era tão igualitária, quem dera outros países também fossem assim. No Brasil por exemplo ainda temos uma longa caminhada por igualdade, mas é importante nos unirmos e não desistirmos dessa luta.
Com certeza, ainda temos muito que avançar, também sigo nessa luta!
Sempre antes de visitar um país eu pesquiso e me preparo psicologicamente para as diferenças que vou enfrenta. Na maioria dos casos os lugares são tranquilos para quem está acostumado com o Brasil, que não é um país fácil…
Concordo, Marcela! De vez em quando me perguntam se não tenho medo de viajar sozinha para fora, sendo que no Brasil muitos lugares são até mais perigosos.
Eu confesso que tenho certo preconceito contra países árabes, exatamente por conta do machismo – amparado por lei, muitas vezes.
Gostei muito do podcast, sempre bom conhecer o ponto de vista de quem mora em lugares tão diferentes.
Sim… pelas informações que a gente recebe é quase inevitável não ter, né? Mas é bom ouvir de quem está lá e ver que aos poucos isso vem mudando!
Quanta informação legal, são tantas experiências diferentes e coisas que a gente não sabe sobre outros países.