De repente é aquela corrente pra frente…

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Amo Copa do Mundo. Aliás, sou apaixonada por futebol. Acompanho campeonatos, torço pelo meu time, vejo/leio notícias, adoro conversar sobre e assisto até a jogos de outras equipes.

Mas Copa do Mundo é diferente. Acho que mais pelo clima que pela competição em si (há coisas que realmente não se comparam à sensação de ganhar um campeonato de clubes). Por mais que a gente chegue na véspera meio como quem não tá nem aí, na hora vem algo que contagia. Não sei explicar. Sei que gosto. E ponto.

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Vivi algumas Copas das quais não me lembro. Tenho um ou outra foto vestida com uniforme, aquela tradição toda que sempre existiu. Mas nada que tenha mexido comigo o suficiente para deixar memórias.

Vivi o tetra em 94 e acho que vem dali todo o meu amor pelo esporte. Assisti sabendo quem era quem, tendo meus preferidos, preenchendo a tabela, na escola falávamos disso. E foi aquela emoção, né? Aquela loucura toda que marcou uma geração. Que bom que faço parte dela!

Prorrogação, pênaltis, Roberto Baggio chutando para fora enquanto eu, de olhos fechados, me comportava como se estivesse prestes a enfartar. Eu nem sabia o que era enfartar. E depois um choro feliz. “Acabouuuu. É Tetraaaa!” Deve ser “de família” essa histeria exagerada. 😛

Vivi a derrota para a França em 98. O choro dessa vez foi triste. Mas, ironicamente, ali me encantei pelo futebol de Zinedine Zidane e passei a torcer pelo país. A camisa da França é a única que tenho além das do Brasil.

Outro país adversário que, mais tarde, passou a ter minha simpatia (calma, gente!), foi a Argentina, paixão que vem desde os tempos em que Juan Pablo Sorín brilhava no meu Cruzeiro. Virou meu ídolo. E não tinha como não torcer por ele onde quer que fosse.

Botafoguenses que torceram pelo Uruguai do Loco Abreu entenderão. Mas, vestir a camisa, aí já seria demais. Me poupo.

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Vivi o penta em 2002, acordando cedinho para assistir aos jogos que aconteciam lá do outro lado do mundo. Essa época eu já entendia mesmo de futebol, o que dá uma emoção diferente. Lembro de todo mundo reunido na casa da minha avó – o tetra também foi lá.

Lembro da carreata, da festa, do cabelo tosco do Ronaldo virando sensação entre crianças, do Cafu homenageando seu Jardim Irene e sua Regina, da chuva de papel picado quando a taça foi levantada. Outro choro feliz. Ah, que saudade de viver tudo isso de novo!

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Vivi derrotas e frustrações em 2006 e 2010, mas sempre amando a competição, sempre parando tudo para assistir ao máximo de jogos que podia, torcendo, analisando, comentando, tuitando. Me emocionando num nível que, olha… poucas coisas mexem comigo como uma Copa do Mundo mexe. Até que veio a melhor parte (com pitadas de pior parte).

Vivi a Copa de 2014 no Brasil. E vivi no sentido mais intenso possível. Eu fiquei feliz, fiquei tensa, me desesperei, gritei, pulei, comemorei, chorei de alegria e tristeza… Me surpreendi e me emocionei o tempo todo. Acordava de madrugada nos horários em que a Fifa liberava ingressos para poder comprar.

Consegui ir a alguns jogos no Maracanã – só não fui no primeiro e na final. Vi a França de perto, vi o gol mais bonito da competição: James Rodriguez pela Colômbia contra o Uruguai. Fora o clima na cidade, cheia de gente do mundo todo.

Poder vivenciar esse intercâmbio entre diferentes povos e culturas foi realmente uma experiência inesquecível!

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Vivi os 7×1, claro. Mas acho que presenciar uma Copa, independente do desempenho da seleção, é algo que marca. É engraçado porque vira e mexe o Facebook me traz lembranças dos dias que antecederam a fatídica eliminação e minhas publicações eram sempre muito otimistas, com um tom motivador. Meio que eu não admito gente torcendo contra, desanimando, sou aquela que vai firme até o fim, que mesmo com a derrota (inclusive quando é humilhante) fica falando que valeu a pena e tals. Porque o evento foi, sim, um sucesso!

Também acho legal olhar para trás e ver o que mudou em quatro anos no mundo e na nossas vidas. Parece que tudo isso foi ontem, mas já estamos em 2018 e agora teremos de nos contentar com a televisão – e lidar com a invejinha de quem foi para a Rússia. Quanto ao futebol brasileiro, eu, como boa mineira, “confio desconfiando”. Mas empolgação não falta.

Estou o próprio Gabriel Jesus pintando o meio-fio, o próprio Neymar chegando com os refris, rapaziada! Já decorei musiquinhas dos comerciais, já to de olho nos produtinhos que têm a cara da Copa, já separei as ‘brusinhas’ e comprei as pipocas para colocar no micro-ondas enquanto ouço Revelação cantando que “tá escrito”.

Travessa, prato e bowl Cecilia Dale; Camiseta Água de Coco; Colar Prata Rara; Mochila Soft Fila; Sapatilha Zattini; Esmaltes Colorama.

E, fora a parte futebolística, Copa tem sempre um algo mais. Um jogador, uma história, um país, uma superação, é tanta coisa envolvida. E é tão bom poder vivenciar isso, de verdade mesmo, de coração, porque é um período curto, é só a cada quatro anos… Então eu me permito, sim.

Vão dizer que é “pão e circo”, que é alienação e, bom, eu nem tenho mais paciência para explicar que é superpossível (juro!) gostar de esporte, de novela, de reality show e do que mais a gente quiser sem deixar de lado as questões mais importantes do país ou a parte cultural. Me dá uma gastura ver gente misturando futebol com política com literatura com jardinagem com nutella e sei lá mais o que. Porque, como diz um velho ditado, “uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”.

Não vou me estender, mas só queria dizer que me envolver e me emocionar com entretenimento não me impede e nem me atrapalha nas minhas causas sociais e nas minhas lutas. Nem a mim nem a ninguém. Alienação não tem a ver com isso. Portanto ok não gostar ou não assistir ou não torcer, mas não use a possibilidade de vitória/derrota para justificar problemas ou para desmerecer os outros.

E nem tente discutir comigo que me baixa um “Canarinho Pistola”.

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No mais, #VemHexa. Tô há anos te esperando!

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