“Após um ano e pouco de muito estresse, problemas de saúde, período de introspecção e a (tão desejada) carta branca do chefe para planejar minhas férias, comecei a me aprofundar nos diversos blogs de viagens e a assistir inúmeros vídeos no YouTube. Quanto mais opções apareciam, mais indecisa ficava. Ao contrário da grande maioria, que já tem uma listinha, prefiro decidir para onde ir de acordo com o que o coração pede no momento.
Alguns requisitos eu já tinha muito claros: dias quentes e ensolarados, um lugar que fosse “solo travel friendly” e que a comunicação fosse fácil, afinal, dessa vez só queria descansar a mente. Assim, como que sem querer, querendo, Portugal surgiu como um grande potencial, enquanto fazia minha pesquisa.
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Interferência divina ou não, sempre que tentava encaixar outros destinos na lista dos requisitos Portugal continuava no topo. Confesso que, mesmo depois de ter fechado a viagem, minhas expectativas eram mínimas… Já havia viajado sozinha antes e também saído do país, mas a combinação dos dois, era a primeira vez! (Tá, tudo bem, outra confissão: fui de pacote hehe)
Só comecei a sentir aquele friozinho na barriga quando aterrissei em Lisboa e vi aquela fila gigantesca de duas horas (!) da imigração. E que confusão foi aquela na hora de procurar a mala nas esteiras, meu Deus?! Enquanto algumas pessoas tiveram que olhar esteira por esteira e até fora delas, consegui encontrar a minha (de cor preta!), relativamente fácil, rodando solitária em uma delas haha. E o mais surpreendente: não haviam inspecionado a bendita – porque eu sou daquelas bem sortudas que tem a mala aberta toda vez!
E a aventura continuou quando saí do portão de desembarque: enquanto várias plaquinhas com nomes orientais eram levantadas, eu só procurava a da agência de turismo. Na terceira volta, ao encontrá-la no chão, coloquei as mãos na cintura e perguntei “cadê a agência x?!”. Alguns portugueses super prestativos (e espantados com a japa aqui falando português) ficaram gritando para me ajudar. Funcionou, pois, de repente, vi uma mãozinha subindo timidamente na multidão. hahaha
É bem clichê o receio que todo viajante solo tem de se sentir solitário, mas juro que não me senti assim um dia sequer! Além de belas paisagens, comida deliciosa, vinhos maravilhosos e povo acolhedor, conheci pessoas extraordinárias desde o dia 1, que se tornaram uma extensão da minha família. Formamos um grupo tão animado e tão unido que mantemos os laços até hoje (e espero que para sempre).
Bom, mas falando de Portugal, que é o que interessa, né? Que País LINDO, riquíssimo em cultura, história, sabores e paisagens! Fica difícil de escolher uma cidade favorita…
Os passeios de barco pelo Rio Douro, na Vila Nova de Gaia, e de moliceiro em Aveiro, a Veneza Portuguesa, são imperdíveis (adoro observar a água calminha, dá uma sensação de paz 😊). Subir de funicular até o Santuário do Bom Jesus do Monte e ter aquela vista toda florida é impagável. Jantar, assistindo ao show de Fado foi bem interessante, mas ver as novas amiguinhas dançando com os portugueses no final foi um dos pontos mais altos da viagem!
Ahhhh, mas há tantos outros cantinhos especiais que são igualmente fabulosos, como os encantos noturnos das ruas de Lisboa, a Igreja onde Santo Antônio nasceu, Coimbra e sua magnífica Universidade, o calor de Cascais, o charme de Sintra e de Óbidos, a famosa Fátima e seus pastorinhos, enfim, tudo vale a pena ser visitado e admirado!
Ah, claro, e que viagem seria uma viagem sem falar dos diversos micos que pagamos em todas as cidades por causa das diferenças entre o nosso Português “Brasileiro” e o Português “de Portugal”, não é? Hahaha Essas estórias ficarão eternamente guardadas na nossa memória, trazendo-nos, além de muito boas risadas, aquela nostalgia, uma gostosa sensação de aconchego, aquele quentinho no coração. 😊
Falando em micos, ainda bem que tivemos guias muito legais que nos deram várias dicas prévias para evitarmos algumas enrascadas (pelo menos tentamos colocar um “bocadinho” delas em prática 😜). Tanto os acompanhantes quanto os locais, todos, sem exceção, foram de uma simpatia e de uma atenção únicas. Só tenho elogios e muitos agradecimentos a fazer a eles – Ivana e Pedro, vocês foram os escolhidos como representantes desse grupo maravilhoso – e a Special Tours, que foi a empresa responsável por todos os belíssimos passeios que fizemos. Recomendadíssimos, pessoal!
É…quem pensa que Portugal é apenas um País católico (ou aquele que vimos nos livros de História na escola) e regado a muito azeite, bacalhau e pastéis de nata, cai do cavalo hahaha. É muito mais do que isso! A viagem terminou há cerca de um mês e meio e ainda não consegui voltar direito à realidade.
Como a Mari, do blog Mariana Viaja, bem disse em seu texto sobre a primeira viagem sozinha: “gostei da experiência, mas gostei mais ainda de ter VIVIDO essa experiência”. Mission accomplished: consegui me desconectar completamente de tudo, mas ao mesmo tempo, consegui conectar com a minha essência!
SAUDADE, em letras maiúsculas…é esse o sentimento que define bem esse pós-viagem…logo mais eu volto, Portugal!”
Texto: Diana Saori
Fotos: Arquivo pessoal
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Me escreve no mariana@marianaviaja.com