Costa do Descobrimento, na Bahia: história, praia, cultura indígena e artesanato

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A Costa do Descobrimento fica no extremo sul da Bahia e, como o próprio nome indica, é a região onde as caravelas de Pedro Álvares Cabral aportaram ao chegar ao Brasil. Lembra do famoso “Terra à vista!”? Então, foi por lá.

Fazer um passeio à Costa do Descobrimento para ver de perto alguns lugares que fazem parte da nossa história é uma boa pedida para quem está em Porto Seguro. Fiz com a Coconut Experience, saindo cedo do hotel, aproveitando a manhã para conhecer alguns pontos interessantes e passando o restante do dia na praia.

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História

A primeira parada é em Santa Cruz de Cabrália. Lá fica um grande gramado verde com a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, construção do século XVII que é a quarta mais antiga da região. Há também ruínas de um colégio jesuíta do século XVI e a antiga casa de Câmara e Cadeia, prédio do século XVIII onde funcionou a primeira intendência do Brasil. E também um mirante.

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Toda essa parte foi mostrada a nós por um guia da cidade, que é uma forma de valorizar o turismo local, já que a região é bem simples. Eu acho isso muito válido! O nosso guia foi o Francisco, que é ótimo. Mas, como o passeio é curto e como eu estava tirando fotos, às vezes acabava perdendo alguma explicação. O que achei uma pena, pois sei que é tudo bem interessante e gosto demais dessa parte histórica. Mesmo assim, deu para pegar muita coisa legal.

Uma dos momentos mais bacanas do passeio, além de todas as informações passadas pelo guia Francisco, foi quando ele citou o significado de diversas palavras na linguagem indígena. Tentei anotar no celular, mas nem sei bem como é a grafia, então prefiro não arriscar. Dos mais básicos sei que Lua é Jaci e Deus é Tupã.

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Cultura indígena

E por falar nisso, a segunda parada é para uma visita bem legal à Aldeia Txag’ru Mirawê, da tribo Pataxó, onde descendentes de índios fazem um resgate de tradições. Um trabalho importante, especialmente por valorizar essa cultura – que é a nossa cultura, nossa história!

A visita dura cerca de 1 hora. Há uma breve palestra, mostra das armadilhas que eram feitas no passado para pegar animais. Também há venda de artesanato, apresentação de danças típicas (a gente pode dançar junto), pintura facial. E, para encerrar, é servido um peixe assado na folha de bananeira no fogão a lenha. Eu adorei viver um pouquinho dessa experiência!

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Praia da Coroa Vermelha

Por fim, chegamos à linda Praia da Coroa Vermelha, que é onde teria sido realizada a primeira missa no Brasil, na Páscoa de 1500, seis dias após a chegada dos portugueses. Esse acontecimento marcou simbolicamente a posse da então chamada “Terra de Vera Cruz” para a coroa portuguesa. O momento foi posteriormente registrado em pinturas, mas feitas por quem não viveu na época, de modo que não retratam exatamente a forma como foi.

O registro mais fiel e principal fonte de historiadores é a carta de Pero Vaz de Caminha.“Ao domingo de Pascoela pela manhã, determinou o Capitão ir ouvir missa e sermão naquele ilhéu. E mandou a todos os capitães que se arranjassem nos batéis e fossem com ele. E assim foi feito. Mandou armar um pavilhão naquele ilhéu, e dentro levantar um altar mui bem arranjado. E ali com todos nós outros fez dizer missa, a qual disse o padre frei Henrique, em voz entoada, e oficiada com aquela mesma voz pelos outros padres e sacerdotes que todos assistiram, a qual missa, segundo meu parecer, foi ouvida por todos com muito prazer e devoção.”

fotógrafa Lu Mattos me acompanhou nessa viagem e fizemos um ensaio fotográfico. Depois vou postar mais fotos de todos os lugares, essa aqui é só para mostrar como a praia é bonita.

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Feira de artesanato

Na Praia Vermelha o grupo fica até o meio da tarde. Lá tem quiosques superbem estruturados que oferecem mesas, cadeiras, guarda-sóis e petiscos ou almoço. O guia marca dois horários de retorno. Um mais cedo para quem quiser ir à feira de artesanato fazer algumas comprinhas – eu optei por ficar mais tempo na praia e não ir à feira, mas vi algumas pessoas dizendo que gostaram bastante. E outro um pouco mais tarde para pegar o restante do pessoal e voltar aos hotéis.

* Agradeço à Coconut Experience pelo passeio, mas deixo claro que este texto reflete somente minha opinião pessoal, mantendo meu compromisso de transparência com os leitores.

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