A cidade histórica de São João Del Rei, em Minas Gerais, é menos badalada que a vizinha Tiradentes, mas tão charmosa e acolhedora quanto.
Com arquitetura barroca e estilo colonial ainda mantido em muitas de suas construções, possui diversas opções turísticas, culturais, artísticas, gastronômicas e de lazer, com preços mais em conta para os viajantes. E, como não é tão grande, dá para conhecer em dois ou três dias.
O que fazer em São João del Rei
Minha sugestão é aproveitar o primeiro dia no Centro Histórico. É uma graça e não tem como visitar a cidade sem passar por ele, com suas casinhas coloniais, igrejas, museus, bares e restaurantes.
As atrações ficam próximas umas das outras e dá para fazer tudo a pé. Mas tenha atenção aos horários de funcionamento de cada uma, especialmente nos fins de semana.
Para o segundo dia, minha dica é fazer o tradicional passeio de Maria Fumaça de São João del Rei a Tiradentes e passar o dia ou mesmo uma tarde.
Em algumas épocas do ano a cidade fica mais agitada devido aos eventos, principalmente culturais, como o Festival de Inverno e o Festival de Literatura de São João del-Rei e Tiradentes (Felit), ou em datas religiosas, como a Semana Santa. O Carnaval também costuma ser agitado. Mas, no dia a dia, a cidade costuma ser bem tranquila, ótima para quem quer aproveitar um pouco mais dos seus encantos.
Pontos turísticos de São João del Rei
Igrejas
As igrejas centenárias são um dos pontos fortes da cidade e certamente os símbolos mais conhecidos. Destaque para a Catedral de Nossa Senhora do Pilar (construída em 1721), Igreja de São Francisco (com projeto original de Alejadinho) e de Nossa Senhora do Rosário (reconstruída em 1751 para substituir outra mais antiga).
Todas são belíssimas por fora e muito ricas em detalhes do lado de dentro. Dependendo dos horários é possível entrar para conhecer ou até mesmo acompanhar a celebração de missas.
Uma tradição da cidade que amei foi saber que o soar dos sinos das igrejas é considerado Patrimônio Imaterial Brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Assim como o ofício dos sineiros, que é ensinado de geração a geração.
Chafariz
O Chafariz da Legalidade é um marco histórico, pois foi construído em 1833, quando a cidade foi capital provisória de Minas Gerais – a oficial, Ouro Preto (que na época se chamava Vila Rica), passou por uma revolta militar.
Casas Tortas
A Rua das Casas Tortas, oficialmente Rua Santo Antônio, é outra atração que atrai os turistas. foi um dos primeiros lugares povoados em São João, é bem estreita e cheia de curvas, o que dá um aspecto torto às construções.
Tancredo
A estátua do ex-presidente Trancredo Neves, filho mais ilustre da cidade, fica em frente ao Memorial Tancredo Neves, que é como um museu com documentos e fotos contando sua trajetória. Já o Solar dos Neves, que foi residência da família no século XIX, não é aberto a visitação, mas é muito bonito do lado de fora.
Pontes
A Ponte da Cadeia (1798) e a Ponte do Rosário (1800) ficam perto uma da outra e são parecidas. Feitas com pedras, fazem parte dos cartões-postais da cidade.
Próximo a elas fica o Teatro Municipal, que só é aberto a visitação durante a semana, além de ter os horários específicos de apresentações.
Museu
Logo em frente fica o Museu Ferroviário, na estação de onde sai a Maria Fumaça, tem vários objetos antigos como sinos, balanças, ferramentas, telefones, relógios, além de painéis contando a história e a primeira locomotiva da ferrovia, que transportou D. Pedro para sua inauguração.
Pelourinho
Sim, a cidade também tem seu Pelourinho, na Praça Barão de Itambé. Uma lembrança triste de um período da história que não deve ser esquecido. No local onde, no passado, os negros eram escravizados, há uma coluna de pedra.
Centros culturais
Para quem gosta de arte e exposições, há o Centro Cultural da Universidade Federal de São João del Rei, o Centro de Referência Musicológica José Maria Neves, o AZ Galeria de Arte, entre outros. Todos em casarões históricos lindos, o que garante um charme a mais.
Onde comer em São João del Rei
Conheci alguns lugares e em todos eles a comida era ótima, seja no café, no almoço, no jantar ou para beliscar alguma coisinha. Algumas sugestões:
Empório do Pão: padaria e lanchonete, um espaço bem bonito, foi onde tomei o café da manhã. Av. Pres. Tancredo Neves, 437.
No Mineirim Restaurante: comida mineira caseira no fogão a lenha, irresistível. R. Marechal Deodoro, 242.
Taberna d’Omar: ambiente delícia, especialmente à noite, com música ao vivo, e os melhores risotos da vida. R. Marechal Bitencourt, 15.
Barteliê: além do cardápio de comidas, recebe sempre eventos de literatura, música e artes em geral. R. Mal. Bitencourt, 15.
Picolé do Amado: sabores diferentes, produção artesanal, o melhor e mais famoso da cidade, não dá para não experimentar! Rua José Leite de Andrade, 28.
Mercado Municipal: tradicional como todo mercado, cheio de coisinhas locais e típicas. R. Frei Norberto, 2.
Cumbuca de Barro: tem várias opções de caldos, comi um de mandioca ótimo. R. Marechal Bitencourt, 50.
Muitos desses lugares ficam em uma região que foi revitalizada e hoje é um ponto de encontro de moradores e turistas, com novas opções de lazer surgindo a cada dia.
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Onde ficar em São João del Rei
Eu fiquei no AZ Hostel e indico porque é bem localizado, tem bom custo-benefício e um ótimo atendimento. Há quartos para casal, família ou coletivos, terraço com vista, exposições de arte e outras atrações culturais promovidas pelo próprio hostel.
Também há diversos hotéis e pousadas em São João del Rei, para escolher de acordo com o perfil (e o bolso) de cada viajante.
Como chegar
São João del Rei fica a 185 km de Belo Horizonte. Na capital mineira está o aeroporto mais próximo (Confins) para quem pretende ir de avião.
Há ônibus da viação Sandra que saem de BH diariamente em diferentes horários, que podem ser conferidos no site oficial.
De carro, basta pegar a BR-040 sentido Rio de Janeiro até o município de Joaquim Murtinho e entrar na BR-383. Do Rio de Janeiro, também a BR-040, mas no sentido Belo Horizonte, até Barbacena e, de lá, o acesso para a BR-265. De São Paulo, pela BR-381 até Lavras e depois a BR-265.
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