Stonewall Inn e a história do orgulho LGBTQIA+

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A história do Dia do Orgulho LGBTQIA+ (inicialmente chamado apenas Dia do Orgulho Gay, depois Dia do Orgulho LGBT e quantas letras mais a siga contemplar) começou em Nova York, nos Estados Unidos. Mais precisamente no bar Stonewall Inn, na década de 1960.

Localizado em Greenwich Village, mais famoso bairro boêmio da cidade e que na época era ponto de encontro de artistas, escritores, músicos e pensadores, o bar era muito frequentado por pessoas marginalizadas – em sua maioria gays, lésbicas, bissexuais e transexuais, muitos que haviam deixado suas famílias por causa de preconceito, segundo relatos em livros.

Até que na madrugada de 28 de junho de 1969 houve uma batida policial no local, como já havia acontecido outras vezes. A alegação foi de que a venda de bebida alcoólica era proibida ali. Mas, segundo o site “Visit Os USA”, exigiram documentos de identidade e provas de que os clientes vestiam roupas condizentes com o seu sexo biológico. E qualquer pessoa que não estivesse em conformidade seria levada para a cadeia.

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Foto recente (2012) do bar, por Gryffindor, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons

História do Dia do Orgulho LGBTQIA+

Naquela noite a multidão que estava presente no Stonewall Inn reagiu contra o abuso policial. A polícia revidou, gerando um quebra-quebra. E, a partir de então, parte da comunidade gay começou a protestar.

Foram vários dias de manifestações por igualdade de sexo e gênero. Os manifestantes faziam questão de mostrar o orgulho de ser quem eles eram! Algo parecido já havia acontecido anteriormente na Filadélfia, em Los Angeles e em outras cidades.

A data passou então a ser considerada um marco do movimento por direitos igualitários e se tornou o Dia do Orgulho LGBTQIA+. Em todo o mundo, junho ficou sendo o Mês do Orgulho LGBTQIA+, com eventos que ainda hoje pedem por igualdade de direitos e o fim da violência. No Brasil, a Parada de São Paulo já entrou para o Livro dos Recordes como a maior do mundo. E é o é o evento que mais atrai turistas à cidade.

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Sobre o Stonewall National Monument, em Nova York

Mas voltando a Nova York e ao Stonewall Inn… Desde o ocorrido, para muita gente o local já passou a ser o ponto de encontro para eventos.

Hoje o bar é maior, tem dois andares e se mantém como um lugar de encontros. A programação conta com shows, happy hours e festas voltados para a comunidade LGBTQIA+ e o público em geral.

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A frente do bar durante as celebrações no mês de junho, por Rhododendrites, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Uma curiosidade é que na virada de 2018 para 2019 uma cliente subiu ao palco com seu filho adolescente, que tocou violão enquanto ela cantava: era ninguém menos que Madonna.

“Estou aqui orgulhosamente no lugar onde o Orgulho começou, no nascimento de um novo ano. Nossos irmãos e irmãs antes de nós não eram livres para celebrar como estamos fazendo hoje à noite, e nunca devemos esquecer isso.” – disse ela, antes de cantar um de seus clássicos, Material Girl.

Em 2015 a Prefeitura de Nova York tornou o bar um monumento histórico da cidade. No mesmo ano a Suprema Corte dos Estados Unidos legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o país.

E em junho de 2016, o então presidente americano Barack Obama decretou o bar, junto com um parque próximo, como o 1° monumento aos direitos LGBTQIA+ nos Estados Unidos.

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Stonewall National Monument, por FULBERT, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

O Stonewall National Monument abrange o Christopher Park (onde desde 1992 estão as estátuas da “Libertação Gay” do escultor George Segal) e o quarteirão da Christopher Street, uma das ruas que contornam o parque, em frente ao Stonewall Inn.

Uma bandeira de arco-íris foi erguida no monumento em 2017, tornando-se a primeira bandeira LGBTQIA+ mantida oficialmente em um monumento federal no país.


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Como chegar ao local que é símbolo do Orgulho LGBTQIA+

Para quem quiser visitar, o Stonewall National Monument e o Stonewall Inn ficam a poucas quadras da estação de metrô Christopher Street. O bar (53 Christopher Street) funciona diariamente das 14h às 4h da madrugada.

Já o parque (38-64 Christopher Street) funciona das 6h às 18h30 de segunda a quinta e até as 19h nos fins de semana. O local é aberto à visitação de pessoas do mundo todo e recebe inclusive grupos de escolas da região.

Mais que um ponto turístico, é uma forma de celebrar a história do Dia do Orgulho LGBTQIA+ e mantê-la preservada por várias gerações.

Para ler ouvindo:

Foto principal: mathiaswasik from New York City, USA, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons

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