Quando foi que viajar se transformou em uma competição?

Parodiando Ana Vilela e seu “Trem Bala”, não é sobre quantos lugares no mundo você conheceu. É sobre como você se sente, sobre o que te faz bem, independente de onde esteja. Também não é sobre quantas pessoas estão te/me seguindo no Instagram ou quantas curtidas suas fotos têm. A vida – e as viagens e tudo o mais que faz parte dela – não é sobre números.

Só que, de repente, eu, essencialmente de humanas, me vi no meio de um monte deles. Pior. Me vi dentro de uma competição sufocante da qual eu nunca quis fazer parte. Nem vou.

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Fulano conhece muito mais países que você. Sicrano já foi a todos os estados do Brasil. Beltrana posta fotos muito mais bonitas. Sei lá quem viaja com muito mais frequência. Unzinho ficou o dobro de tempo que você e ainda achou pouco. O outro acabou de voltar de uma viagem internacional e já está planejando sair do país novamente. Números, números, números, números…

Me cansa esse jeito que muitos têm de encarar tudo como se fosse um jogo de tabuleiro para ver quem anda mais casas. Isso sem falar nas redes sociais – que eu adoro, mas que por vezes chegam a me fazer mal ao ver como muitos se valem de recursos forçados ou até mesmo fake em busca de um possível sucesso. E, por eu ter um blog, acho que fica um peso maior. Mas é um peso que eu não quero nem vou carregar.

Valorizo os números, sei da importância deles, só que, ao contrário de muita gente, eu não meço minha vida assim. Não estou competindo. 30 antes dos 30. 40 antes dos 40. 10, 15, 20 and counting… Vale mais o check-in ou a experiência? Por aqui sigo fazendo meu caminho, minhas viagens, meus textinhos/textões. Sem piração. Se está bom pra mim, se está tudo certo, não importa que o outro tenha ou faça (ou pareça) mais.

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Amo viajar, acho ótimo, me faz bem, mas isso não tem na minha vida a importância e a frequência que muitos acham que tem. Nada! Tudo bem se não rolar! Dia desses li uma frase do Rubem Alves (no texto “A arte de viajar”) que resume bem: “Quem sabe ver está sempre viajando – mesmo que não saia da sua casa. Mas quem não sabe ver não viaja mesmo que vá para a China.”

Porque no fim das contas é isso, né? Eu nunca disse que eu era – ou que queria ser – a mais viajada. A que conhece mais lugares. Eu nunca fui a que tem mais amigos, mais coisas, mais dinheiro. E nunca gostei de quem dá a esses e/ou a outros números uma importância maior que deveria. Eu sou só uma pessoa que gosta de sair por aí, de ser feliz do meu jeito, de ouvir e de contar histórias. E muito mais que números de viagens ou de qualquer outra coisa, é disso que a vida é feita e é isso que vale viver.

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