O que leva uma mulher a viajar sozinha? As motivações, assim como os desafios, são diferentes para cada uma. O mesmo vale para os destinos escolhidos ou para a forma de viajar. Em comum, a vontade de conhecer novos lugares e a possibilidade de desfrutar dessa experiência na própria companhia. Estes são alguns pontos abordados no documentário “Vai Sozinha?”, exibido no programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, no dia 21 de março, e disponível também no YouTube (assista no fim do texto).
A sugestão do tema partiu da jornalista Pollyane Marques, responsável pela reportagem e que também participou da produção e edição. Ela conta que a intenção era que o programa tivesse ido ao ar no ano passado, mas a pandemia atropelou os planos. “Estamos colocando ele no ar agora não como forma de incentivar pessoas a viajarem nesse momento, mas sim de se sentirem encorajadas a fazer isso depois da vacina. Por agora só podemos planejar e ficar em casa, viajando pelas histórias e lembranças de outras pessoas”.
Pollyane, que também é a criadora do perfil @viajagorda no Instagram, teve a ideia a partir de sua própria experiência. “Viajar foi uma experiência libertadora pra mim: me tornei mais independente, confiante, passei a respeitar mais as diferenças e também me ajudou e ajuda a lidar com a depressão. Com isso, e tendo relatos muito parecidos vindos de outras mulheres, achei que um programa na TV aberta poderia incentivar outras mulheres a se conectarem mais consigo mesmas viajando. Por isso, propus a pauta em uma reunião, outras colegas que também já passaram pela experiência de viajar sozinhas gostaram muito e assim fui à caça de boas histórias”.
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Para a professora Gabriela Antunes, que fez um percurso de 41 dias sozinha com sua filha, atravessando a Rússia, o que muitas mulheres querem é ultrapassar as barreiras do lar e expandir seus horizontes viajando.
Já a assistente social aposentada Jô Feitosa, depois de três décadas dedicadas ao trabalho no sistema penal do Ceará e cuidando sozinha dos filhos, decidiu ganhar mundo e já visitou 47 países, vencendo o medo de sofrer preconceito pela idade e por ser uma mulher negra – o que até agora não aconteceu.
E se hoje uma passagem e sair por aí é algo normal, é importante lembrar que nem sempre foi assim. E não faz muito tempo! “A gente não para pra pensar que isso não é natural, que isso foi uma conquista de movimento popular, o movimento feminista. No Brasil a gente só teve acesso à viagem sem autorização do marido, do pai em 1963”, diz a historiadora Thaís Carneiro, criadora do @mulheres.viajantes e que também participa do documentário.
Além delas, muitas outras mulheres de várias idades e perfis compartilharam suas diferentes vivências, dicas e relatos de viagens. Assista!
Caminhos da Reportagem: “Vai Sozinha?”
Ficha técnica:
Reportagem Pollyane Marques
Produção Deise Machado, Luise Espinosa e Pollyane Marques
Apoio à produção (Rio) Ana Passos
Imagens Bianca Vasconcellos e Gilmar Vaz do Carmo
Apoio às imagens (Rio) João Victal e Yuri Freire
Auxílio técnico Caio Araujo
Videografismo Eudes Lins
Edição de imagens e finalização Maikon Matuyama
Roteiro Pollyane Marques
Edição Pollyane Marques e Bianca Vasconcellos
Fotos: Divulgação/TV Brasil