Viajando Sozinha no Espírito Santo: Anchieta

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A cidade de Anchieta, no Espírito Santo, fica na chamada Região da Costa e Imigração, ao sul da capital, e é uma das mais antigas do estado. Sua fundação data aproximadamente entre 1561 e 1569. Era uma aldeia de índios catequizados pelos padres jesuítas, especialmente José de Anchieta. Mais tarde se tornou vila, depois cidade e foi homenageada com o nome do padre, hoje santo, que viveu grande parte de sua vida por lá e teve papel importante no desenvolvimento local.

Muito conhecida pelas manifestações religiosas e culturas, mas também pelas belas praias, Anchieta foi o terceiro destino do meu projeto “Viajando Sozinha pelo Espírito Santo” – clique no título para ver mais.

Outros destinos que já visitei:
Serra | Guarapari | Aracruz
Domingos Martins | Santa Teresa
Marataízes | Iriri

O que fazer em Anchieta, no Espírito Santo

Precisei entender a cidade antes de ir. Por lá eles chamam de Anchieta apenas o centro. Para os demais lugares se diz apenas o nome do bairro/praia. Os principais são Ubu e Castelhanos – todos bem independentes e relativamente distantes. E tem Iriri, que é um distrito. Então o comum é dizer “estou viajando/indo para Iriri/Ubu, etc”, não “estou viajando/indo para Anchieta”.

Só mesmo dentro da cidade, quando a pessoa está indo para o centro, é que diz que está indo a Anchieta. E o deslocamento por lá foi bem fácil, há vans e ônibus. Agora vamos aos passeios!

Santuário de Anchieta

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Um dos monumentos católicos mais antigos do Brasil, o Santuário Nacional de Anchieta (Praça do Santuário, Centro) é o principal ponto da cidade e que dá nome a ela. Fica no centro e é formado pela Igreja de Nossa Senhora da Assunção (tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 1943), por um museu e por áreas de uma antiga residência de jesuítas.

Para chegar, tem um portalzinho de entrada, com uma estátua de São José de Anchieta, e é preciso subir uma rua levemente íngreme e algumas escadas.

Atualmente o local está passando por uma restauração, porque desde 2014, quando Padre Anchieta foi canonizado e passou a ser considerado santo, o conjunto de edificações se tornou um santuário, o segundo do Brasil, atrás apenas do de Aparecida (SP). As obras visam melhorar a organização de acervo, acessibilidade, construção de uma loja, café, restaurante e paisagismo na área do entorno.

O lado bom de ter ido no período da reforma (sem saber) foi poder ver as paredes da igreja com as pedras originais do século XVI, quando foi construída. Depois da obra elas serão cobertas com reboco e tinta branca, como era antes. O museu está fechado, mas a igreja ainda pode ser visitada do lado de dentro. Tem um funcionário que acompanha caso a pessoa queira, é gratuito e dá para conhecer tudo – a passagem secreta que os índios usavam, o quarto onde Padre Anchieta morou, entre outros.

Iriri

É distrito de Anchieta, mais estruturadinho que os bairros em relação a comércio e serviços. Iriri tem quatro pequenas praias. Eu fui para da Areia Preta – não por escolha, foi bem por acaso, só peguei a van para Iriri e saltei onde o motorista indicou.

Gostei muito! Mar tranquilo, a água não estava fria, tem quiosques, algumas árvores com sombras, bem bonita. Daqueles lugares para esquecer o tempo e ficar o dia todo… E tem também pousadas e hotéis próximos da praia.

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Castelhanos

Queridinha de muitos mineiros, eu já tinha ido tempos atrás para passar um dia, mas já nem me lembrava (até achava que era uma cidade). É um bairro pequeno, com muitos prédios com apartamentos de temporada, orla bem arborizada e quiosques com mesas na areia.

No alto verão fica lotada, mas fora desse período é possível pegar dias de pouco movimento, mesmo nos fins de semana. Tem água é clara e as pedras formam algumas pequenas piscinas naturais em algumas partes. Mas, para entrar no mar, achei ruim exatamente devido às muitas pedras.

Ubu

Foi onde fiquei hospedada, logo abaixo falo da pousada. Achei o bairro delicinha demais. Simples, mas tem o básico do comércio, uma pracinha com mercado, lanchonetes, sorveteria… E um clima ótimo, com pessoas sentadas na calçadas ou até no calçadão em frente às suas casas.

O mar é mais calmo especialmente nas pontas. E ao longo da orla tem alguns quiosques.  Um bom lugar para quem quer curtir um pouco mais de tranquilidade, mas no período do verão costuma encher.

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Centro

O centro não é turístico, apenas o Santuário mesmo. Mas pode ser um ponto importante na viagem porque é é o lugar onde tem mais comércio, bancos, enfim, mais movimento nesse sentido. Um centro comum de cidade de pequeno/médio porte. Também tem praia, mas não é própria para banho, pois é onde o mar encontra com o Rio Benevente.

Outros passeios

Um que eu gostaria de ter feito e acabou não rolando foi o passeio de barco pelo Rio Benevente até as ruínas do Rio Salinas, onde há mais de 30 colunas e pilares que ninguém sabe ao certo o que foram no passado. Parece ser bem interessante. O local é tombado como Monumento de Valor Histórico e Cultural. Leia mais no blog Capixaba na Estrada.

E no período do feriado de Corpus Christi acontece também a já tradicional caminhada “Passos de Anchieta”, em um trajeto de fé que tem cerca de 100 km a partir de Vitória – caminho que era feito pelo padre/santo. Há 20 anos este evento reúne milhares de peregrinos de todo o mundo. Ainda quero fazer!

Onde ficar em Anchieta

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A Pousada Pau Brasil, em Ubu, foi minha hospedagem. Super ampla, quartos grandes, jardim com muito verde e um ambiente super agradável. E uma decoração que eu adorei, toda com belos móveis de madeira – inclusive os quartos não têm números e sim nomes de árvores.

Mas o principal diferencial é que tudo é cuidado de perto pelos proprietários, Tiana e Luiz, que são uma simpatia.

A localização da pousada, mesmo para quem, como eu, está sem carro, é muito boa. Praticamente apenas uma quadra da praia, em um ponto onde tem restaurantes, quiosques e outros serviços, e a poucos metros da pracinha principal do bairro. Logo da esquina fica o ponto onde passam os ônibus e vans que levam a outros lugares.

O café da manhã é bem completo e servido em um espaço com vista para o mar. Também tem piscina, área de churrasqueira e serviço de restaurante no almoço e no jantar (não incluídos na diária).

Para comer, além das opções do restaurante da pousada, eles têm também contato de delivery de sanduíches e pizza, já que fora de temporada a maioria dos lugares não funciona à noite durante à semana.

Veja mais fotos, informações e faça sua reserva na Pousada Pau Brasil.

Como chegar

O ônibus de Vitória para Anchieta é a linha Vitória-Marataízes, da Viação Planeta, que sai da rodoviária da capital. O ponto mais próximo da pousada fica na esquina onde tem uma igreja, uma escola e um lote vago. Na pracinha de Ubu também tem um e é perto, dá para ir a pé e talvez seja uma referência mais precisa.

Dica: ao invés de comprar passagem para Anchieta, diga o bairro. Eu não sabia, comprei Anchieta e embarquei. Quando pedi ao cobrador para me informar o ponto onde eu deveria descer em Ubu ele disse “mas sua passagem não é para Ubu, é para Anchieta” – ou seja, para o centro. Como Ubu era antes, não tive problema (paguei R$ 23,00 e até Ubu é R$ 20,00), mas não sei como seria no caso de descer “depois de Anchieta”, como em Iriri, por exemplo.

Há vários horários diariamente e dá para consultar no site da Viação Planeta. Na volta é só ver quando sai de Marataízes e calcular cerca de 1h30 para passar em Ubu.

Viajando sozinha para Anchieta

Antes de ir tentei alguns contatos para ver se conseguia city tour ou outros passeios fechados. Não consegui. Até falei com algumas pessoas, mas não tive mais retorno. Isso me fez pensar que talvez não fosse curtir tanto ou que teria algum problema por estar sozinha. Mas não foi o que aconteceu! Achei tudo bem tranquilo!

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Os deslocamentos em Anchieta, como disse antes, foram nas vans ou ônibus que fazem o trajeto de um bairro ao centro e vice-versa. De um bairro a outro é preciso ir primeiro para o centro e depois tomar outra van ou ônibus – cada passagem custa R$ 2,00 (preço de setembro/2019). Mas nada complicado. Sempre dizia o destino onde queria descer e me informavam. Se o motorista não sabia, eu ligava o Google Maps, ficava acompanhando e eu mesma avisava quando estava próximo.

Por ser baixa temporada e dia de semana, estava tudo bem vazio, o que é absolutamente normal. Mas sempre tinha alguém para que eu pedisse uma foto. No sábado, meu último dia, tinha um pouco mais de movimento na orla. Eu particularmente prefiro quando tem mais gente, me sinto mais à vontade. Mas nada que tenha sido um problema.

Acho que quem vai de outras cidades para curtir praia vai de carro mesmo ou quem é local fica na praia perto de onde mora. Pelo menos nos ônibus e vans eu sempre notava ser a única em trajes de banho. E às vezes eu era também a única pessoa esperando no ponto – em locais muitas vezes sem movimento, já que entre um bairro e outro chega a ter estrada. Então fiquei um pouco receosa e até tensa, mas não sei se tinha motivo para isso. Sei que correu tudo bem e adorei a viagem e o destino! Veja no mapa alguns lugares citados:

Estas são minhas dicas para quem procura o que fazer em Anchieta, no Espírito Santo. Aos poucos vou mostrando mais destinos do estado, como é viajar sozinha para cada um deles, o que dá ou não para conhecer viajando por conta própria e sem carro. Acompanhem aqui e também no Instagram pela hashtag #ViajandoSozinhaNoES.

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* Agradecimento aos parceiros: Pousada Pau Brasil Ubu

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